Gilberto Blume: complexos ou simples, os problemas de ordem pública merecem solução. Ponto

Já foi dito aqui um caminhão de vezes, e seguirá sendo dito frotas inteiras: o cidadão está desamparado e não tem a quem recorrer. Após gastar energia além da conta percorrendo guichês e gabinetes públicos, o cidadão bate à porta do jornal para obter apoio ao pleito ignorado. Às vezes o problema é complexo; noutras vezes, simples. A gravidade do problema, contudo, é o que menos importa: os problemas de ordem pública exigem solução, ponto.

A seguir, uma situação de fácil solução. Após meses de tentativas frustradas, Alvônis Pereira Zenato procurou o jornal.

Zenato tenta trocar uma lâmpada queimada na Rua Alfredo Gomes Falcão, no Jardim Eldorado.

Zenato seguiu as orientações de praxe: abriu protocolo, ficou aguardando. Nada aconteceu - felizmente também nada aconteceu aos estudantes que precisam encarar a escuridão na volta das aulas noturnas.

Também como de praxe acontece quando o cidadão é ignorado, Zenato telefonou para saber quando trocariam a lâmpada.

Ouviu, pasmem!, que a lâmpada já fora trocada.

Eis um excerto dos e-mails enviado pelo cidadão ao jornal:

"(...) A prefeitura acaba sendo conivente com a bandidagem. Se não consegue trocar uma lâmpada na frente de nossa casa, o que consegue fazer por nós, esta prefeitura de Caxias?

Será que até as eleições conseguirão trocar a lâmpada para tentar ganhar meu voto? É capaz de vir até um vereador junto.

Insatisfeito com o rumo da negociação, Zenato redigiu extensa carta para a Câmara de Vereadores pedindo, de joelhos, apoio para que alguém troque a bendita lâmpada.

A carta vai no rim dos políticos em geral e dos vereadores em particular, acusando-os de interesseiros."

Um trecho:

(...) O que realmente um vereador faz pelo povo? Será que consigo uma ajuda de vocês para trocar a lâmpada na frente de minha casa, queimada há vários meses?

O cidadão recebeu telefonemas de vereadores, de assessores de vereadores. Até ontem, porém, a lâmpada seguia queimada. A situação toda dispensa comentários.

Leia amanhã sobre a via-crúcis enfrentada por um grupo de moradores contra o esgoto que invade residências.