A conclusão da BR-285 e do aeroporto de Vacaria, melhorias na ferrovia para que a linha atenda à cidade e aprimorar a ligação de Santa Catarina à Serra e à região metropolitana (por meio do eixo ERS-122 - BR-116) são as demandas levantadas na terceira etapa do Serra em Debate, realizado nesta quarta-feira, em Vacaria, nos Campos de Cima da Serra. Cinco debatedores, mediados pelo jornalista Márcio Serafini, discutiram questões que travam o crescimento da região. O encontro ocorreu na CIC de Vacaria.
Confira as últimas notícias do Pioneiro
O supervisor regional do DNIT, Adalberto Jurach, destacou que um anteprojeto para concluir a BR-285, o que incluiria a ponte do Rio das Antas e dois pontilhões, está sendo elaborado, e lembrou que o contrato com a antiga executora da obra foi rescindido. Ele acrescentou que o DNIT trabalha em estudo de viabilidade técnica e ambiental para a ligação com Santa Catarina.
Apesar de Vacaria contar com linha férrea, a cidade não tem um terminal para carga e descarga. Segundo o prefeito, Elói Poltronieri, existem discussões para construir de um terminal de aço, que beneficiaria inclusive Caxias do Sul, segundo maior polo metalomecânico do Brasil. Poltronieri ainda lembrou que um anel ligando a BR-116 e a BR-285 (que estaria incluso na ligação com Santa Catarina) retiraria o trânsito pesado da cidade.
Já o presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região dos Campos de Cima da Serra (Condesus) e prefeito de Ipê, Valério Ernesto Marcon, lembrou que a cidade iniciou a pavimentação, com recurso próprio, da estrada que liga Ipê a Protásio Alves, com 34 quilômetros de extensão e que deve desafogar a BR-470. Ele citou, ainda, a necessidade de qualificar o modal ferroviário:
- Temos potencial de produção e queremos baixar custos e incentivar que as pessoas fiquem no meio rural, então temos que dar alternativas de transporte.
O presidente da Associação dos Municípios dos Campos de Cima da Serra (Amucser) e prefeito de São José dos Ausentes, Paulo Roberto Paim Guimarães, pediu apoio dos governos e, entre as demandas citadas por ele está a finalização da BR-285, com pouco mais de cinco Km de estrada de chão.
O gerente de Relações Corporativas e Aduaneiras da Rumo ALL do RS, concessionária que administra a linha férrea, Miguel Jorge, defende a intermodalidade, viabilizada pela construção de centros coletores de carga, como portos secos, para dar condições de concentrar as cargas e encaminhá-las ao trem. Segundo ele, o modal rodoviário é economicamente viável num raio de 400 quilômetros. Questionado sobre a possível ligação do trem com o futuro aeroporto de Vila Oliva, em Caxias, Jorge destacou que 1 km de ferrovia custa R$ 10 milhões e que é preciso estudo de viabilidade econômica.
- Não tem como trem chegar até Caxias - afirmou.
As duas primeiras etapas do Serra em Debate ocorreram em Bento Gonçalves e em Nova Petrópolis, respectivamente. No dia 2 de dezembro, as questões levantadas em todos os encontros serão discutidas em uma última fase, em Caxias do Sul.
O Serra em Debate é realizado pelo jornal Pioneiro e pela Rádio Gaúcha Serra. O projeto conta com a apresentação das Empresas Randon e o patrocínio de Agrale, Brisa Calçados, Giro Transportes, Monterey Loteamento Residencial e Prataviera Shopping.
Infraestrutura
Conclusão da BR-285 e aeroporto em Vacaria estão entre as prioridades do terceiro Serra em Debate
O encontro ocorreu nesta quarta na CIC de Vacaria
GZH faz parte do The Trust Project