Sem exceções, nosso ir e vir, nosso lazer, a cultura estão atrelados às necessidades dos carros (Os Senhores Carros). A Feira do Livro, elegante e charmosa na Praça Dante, está de mudança porque, tecnicamente, não tem mais como crescer. Alguém acaso refletiu se a Feira de fato precisa crescer? A propósito, o que significa crescer?
Colar à Feira shows e outras ações paralelas não significa, necessariamente, que a Feira será melhor. Ajuda a atrair público, alegam. Talvez não, talvez o público que vai ao show é o mesmo público que vai à Feira.
Feiras de produtor precisam exibir o que para atrair público? Alfaces, beterrabas, tomates. Feiras do Livro, pois, devem exibir o que para atrair público? Música? Música em Feira do Livro é bengala. Tragam shows associados à Feira do Livro, mas apresentem-nos em teatros, casas noturnas, espaços (tecnicamente) melhor preparados para espetáculos musicais.
Tecnicamente, o desfile da Festa da Uva será melhor executado e melhor apreciado na Plácido, alegam os técnico. No fundo, porém, todos sabemos que o desfile sairá da Sinimbu por questões de trânsito, como foi com o Carnaval, com o 20 de Setembro. Na prática, escantearam o centro histórico para não atrapalhar o trânsito, quando todos sabemos, ou deveríamos saber, que quem nos atrapalha é o trânsito.
Por questão de justiça, eis a contribuição de um taxista que defende os desfiles na Plácido: os ônibus de excursão desembarcam centenas de idosos lá perto do Jaconi. Os idosos precisam escalar o Centro para chegar à Sinimbu. Depois do desfile, escorregam Centro abaixo até retornar aos ônibus.
Essa parece ser um questão técnica, Tomara que essa dificuldade seja resolvida com a mudança para a Plácido.
Opinião
Gilberto Blume: a vida está entregue às questões técnicas
Na prática, escantearam o centro histórico para não atrapalhar o trânsito
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: