Alunos, pais e professores ligados ao Senai Nilo Peçanha estão apelando à imprensa para tentar reverter, quem sabe minimizar, a insegurança que ronda o estabelecimento.
A situação: desde o fim do ano passado, na saída da escola (perto do meio-dia e novamente às 17h30min), os alunos são recepcionados por um grupo de rapazes e moças armados de facas. O bonde não está dando trégua. Às vezes os delinquentes agem na quadra do Senai, às vezes em quadras da vizinhança. O bando tem como alvo celulares, tênis, bonés, artigos que o modelo de produção e consumo que adotamos elevou à categoria de gêneros de primeira necessidade.
Quem não tem como comprá-los, rouba-os. Sempre foi assim, mas o desespero dos jovens delinquentes aumenta na mesma proporção em que a segurança pública piora. Há dias em que o fim do período se transforma num corre-corre. No salve-se quem puder, em março um estudante foi esfaqueado no braço. Apavorados, há pais indo ao Senai buscar filhos e filhas, providência absolutamente desnecessária em se tratando de adolescentes frequentadores de cursos técnicos - jovens com total capacidade de ir e vir, mas presas fáceis de bandos armados.
Alunos, pais e professores estão apelando à imprensa porque não está adiantando apelar aos gabinetes. Um pai telefonou ao 190 da BM pedindo ajuda. O pai relata que o PM atendente aconselhou-o a procurar o jornal, pois a BM não teria viaturas nem homens. O atendente exemplificou ao pai caso recente da Faculdade Anhanguera: depois que a situação saiu no jornal, a BM compareceu na vizinhança do estabelecimento - tudo o que o Senai sonha ter.
A comunidade escolar remeteu abaixo-assinado à BM pedindo socorro. Um professor conta que já desistiu de apelar ao celular do Policiamento Comunitário do Exposição: ninguém atende.
Outro professor do Senai relata que o único órgão que tem dado algum apoio é a Guarda Municipal - um paradoxo, pois a GM existe para cuidar do patrimônio público -, mas vá lá: pouco importa de onde o socorro vem. Difícil prever até onde a insegurança vai interferir em nosso cotidiano. Um coisa é certa, porém: a insegurança já pauta nosso dia a dia como poucos outros setores conseguem pautar.
Opinião
Gilberto Blume: a insegurança já pauta nosso cotidiano como poucos outros setores conseguem pautar
Difícil prever até onde a insegurança vai interferir em nosso cotidiano
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