A coluna de sexta-feira trouxe à tona a falta de merenda na Escola Estadual Ismael Chaves Barcelos.
Recordemos: por que falta merenda?
Porque a diretora recém-empossada precisa escalar uma montanha burocrática para conseguir abrir licitação e reabastecer a despensa. A escola tem R$ 2,8 mil depositados na conta da merenda mas não pode usá-los.
Os 475 alunos estão levando merenda de casa. Não há data para a situação ser normalizada.
Os problemas da escola de Galópolis (e de tantas outras escolas públicas da Pátria Educadora) não se encerram na burocracia que impede a compra de merenda.
Além de abordar a falta de merenda, a coluna de sexta encerrou prometendo explicar por que a Ismael está comprando gás fiado.
Pois.
A Ismael está comprando gás fiado porque o governo estadual deve à escola dois meses do chamado repasse de autonomia. Não fosse a boa vontade de um fornecedor, o colégio não teria gás. Os dois meses atrasados do repasse de autonomia somam R$ 3,7 mil. O dinheiro é empregado para uma pá de coisas: xerox, limpeza, material administrativo - e gás.
Felizmente a comunidade escolar da Ismael não tem nada de boba. Durante o ano letivo o colégio promove festas e outras ações visando arrecadar verbas. Estamos no meio de setembro, a receita própria da escola é de R$ 770 - dinheiro obtido nos eventos e que sequer está sendo empregado para pagar o gás. Diante de tantos problemas, dificilmente os R$ 770 serão suficientes até o fim do ano letivo. A direção da escola matuta plano B para engordar o caixa próprio com mais festas, jantares, etc.
A mãe de um aluno da 2ª série estudou na Ismael, abastece a mochila do guri com merenda caseira e rasga elogios à condução e aos métodos da escola. Porém, essa mães ex-aluna está arrasada com os rumos que a educação está tomando:
- Precisamos fazer muito barulho, porque para os políticos não está faltando nada.
Opinião
Gilberto Blume: "Precisamos fazer muito barulho, porque aos políticos não está faltando nada", diz mãe de aluno
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