Se o familiar chegou na fase da terceira idade, ou seja, passou dos 60 anos, pode estar precisando de ajuda. Em caso positivo, o que fazer com ele a partir de agora?
Existem diversas alternativas, basta escolher a que melhor se encaixa na rotina e nas necessidades da família. Caxias tem casas de repouso (residentes ou não) e lares, mas também é possível contratar um cuidador ou determinar que um parente vai cuidá-lo.
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Nem sempre é simples definir a melhor opção, já que o idoso e a família devem entrar em acordo. Além disso, muitas vezes a família não tem condições financeiras de interná-lo.
Conforme o assessor do Conselho Municipal do Idosol, Marcell Schumacher, há muito a fazer diante dos impactos que a longevidade tem trazido ao seio familiar.
Casa de Repouso
Confraternização com pessoas da mesma idade, bingo, dominó, cavalinho, festas de aniversário e datas comemorativas são algumas das atividades oferecidas na Casa de Repouso EuVida. A proprietária, Fabiana De Momi, explica que o público são idosos mais debilitados e que esporadicamente saem para visitar os filhos.
- Ainda há preconceito em colocar os idosos na casas de repouso, principalmente por pessoas com mais de 50 anos. Quem nos procura, normalmente, são familiares esclarecidos ou mais jovens, já que hoje os casais têm menos filhos e precisam de um lugar para deixá-los - revela a proprietária.
Segundo ela, quando os filhos são mais velhos, em geral só internam o idoso quando a experiência com o cuidador não funcionou.
Cuidadores
Muitas famílias nem cogitam contratar um profissional para cuidar do idoso. Isso pode acontecer por desinformação ou por falta de dinheiro. Mas qual é a importância de escolher um profissional preparado para a tarefa? Toda.
De acordo com a enfermeira e coordenadora técnica da Escola do Hospital Pompéia, Carmem Guerra, o curso de 100 horas prepara o cuidador com noções sobre o envelhecimento, saúde, higiene, aparência, vestuário, alimentação, prevenção de quedas, comunicação, legislação, comportamento, perdas e família.
- A pessoa que vai trabalhar com o idoso tem de gostar muito de atender esse público, além de ter paciência, já que o idoso exige bastante. Isso porque ele pode ser teimoso, possessivo, querer jogar baralho, fazer uma caminhada ou ir à missa. Para que isso seja possível, o cuidador deve acompanhá-lo - explica.
Conforme Carmem, o curso é ministrado duas vezes por ano, mas nem sempre as turmas abrem porque há interessados que pensam que são dois ou três dias, mas quando é explicado que o curso é de um mês, alguns desistem.
- O cuidador pode trabalhar em casas de repouso, autônomo ou como dama de companhia do idoso - finaliza.
Babycenter
Outra alternativa para deixar o idoso com pessoas especializadas é o babycenter. O familiar leva-o pela manhã até a casa de repouso e à noite vai buscá-lo. Há, ainda, a possibilidade de contratar o serviço apenas periodicamente, como em fins de semana ou férias da família. De acordo com a enfermeira e proprietária da Casa de Repouso Longe Vitta, Roselane Bueno, o idoso deve trazer uma muda de roupa para que volte para casa de banho tomado.
- É um método alternativo para o vovô que permanece em casa sozinho - diz Roselane.
Família
Marilei Maria Cavalli Segat, 50 anos, decidiu largar o emprego para cuidar dos pais, Terezinha Montemezzo Cavalli, 83, e João Pedro Cavalli, 87. Os dois tomam vários remédios e começaram a se atrapalhar com tanta medicação. Quando Terezinha caiu, quebrou o fêmur e precisou ficar três meses hospitalizada, a idosa precisou reaprender algumas coisas para voltar a ser independente.
- Foi aí que a família resolveu contratar uma cuidadora para ficar com eles de dia e assumi os dois durante a noite - explica Marilei.
A filha conta que a dedicação vale muito a pena: apenas 15 dias depois de assumir os cuidados com os pais, Terezinha deixou de usar fraldas.
- No início, algumas pessoas chegaram a sugerir para colocá-los numa casa de repouso. O pai é uma pessoa sensível e bem família. Não há dinheiro que pague todo esse esforço - conta.
Lar São Francisco
Se o idoso está em situação de vulnerabilidade social, a opção em Caxias é o Lar da Velhice São Francisco de Assis, única instituição filantrópica da cidade. A casa atende a 70 idosos. De acordo com o diretor e administrador do lar, Paulo José Cassol, as vagas são abertas somente com o falecimento de algum idoso.
- Há lista de espera, e o ingresso ocorre só após a visita da assistente social e da enfermeira na casa do interessado em fazer parte do lar. A prioridade é sempre para a pessoa com mais necessidade, mais carente - explica.
O lar cobra parte da aposentadoria do interno para pagar médicos de diversas especialidades, remédios, vestuário, alimentação, etc. O idoso não gasta mais nada na casa. Se não recebe aposentadoria, não precisa ajudar. Apesar disso, o lar depende de doações em dinheiro, pois as parcelas dos internos são insuficientes. Cada idoso requer investimento de R$ 2,9 mil por mês.
Como ajudar
Campanha: adote um idoso Receba um boleto e contribua com R$ 20 por mês. Telefone: (54) 3225.1677 E-mail: larvelhice@terra.com.br
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