Para evitar que mais pessoas morram em acidentes causados por buracos na ERS-122 (Rota do Sol), o aposentado Pedro Carlos Padilha, 64 anos, arrisca a própria a vida. Com uma pá em mãos, olha atento para a rodovia, em busca de um intervalo no intenso movimento de carros e caminhões. Assim que a pista fica livre, corre e joga na cratera terra e grama recém retirados da beira do asfalto. A operação dura segundos, geralmente acompanhados por buzinaços de quem passa na pista contrária.
- Tem gente que xinga, porque acha que eu coloco pedras. Mas eu cuido, coloco só terra bem limpinha. Mas tem gente que gosta do meu trabalho. Hoje um cidadão passou e me deu umas bolachinhas - diz, mostrando o pacote de bolachas recheadas guardado no bolso mas que não vai poder comer, porque tem diabetes.
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Quando Seu Pedro sai de casa, no bairro Pôr do Sol, com a pá e o carrinho mãos, no início da manhã, a mulher fica preocupada. Dona Teresinha Fátima Silva, 61, sabe do risco que o marido corre.
Há cerca de um mês, a reportagem mostrou Seu Pedro fazendo o mesmo trabalho. Cansado de não ver soluções, ele continua na ativa. Não recebe nada por isso. Ele garante que tapa buracos na Rota do Sol desde dezembro.
- Eu quero que as pessoas continuem com vida, com saúde. E vou continuar fazendo até alguém resolver - afirma.
Segundo o Daer, serviços de roçada e reparos emergenciais devem ser realizados nesta semana em todo o trecho atendido pelo Departamento.
Infraestrutura
Um mês depois, aposentado segue tapando buracos na Rota do Sol, em Caxias
Daer diz que roçada e reparos emergenciais serão realizados nesta semana no trecho atendido pelo Departamento
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