
A Justiça concedeu a liberdade à suspeita de ter encomendado a morte do próprio marido em Caxias do Sul. Segundo investigação da Polícia Civil e denúncia do Ministério Público (MP), Roseli de Fátima Pedroso, 35 anos, foi apontada como suposta mandante do assassinato de Ivanildo José Araldi, em dezembro do ano passado.
Roseli estava presa preventivamente desde janeiro. A revogação da prisão foi concedida nesta quinta-feira pelo juiz Daniel de Souza Fleury. Conforme a decisão, "a acusada é primária e possui residência fixa, não havendo indicativo de que venha a reiterar condutas criminosas tampouco de que venha a fugir do distrito de culpa, estando, dessa forma, assegurada a aplicação da lei penal, inexistindo risco a ordem pública(...) Não há indício de que a liberdade da ré trará prejuízo ao plenário do júri ou que vá se furtar a comparecer em juízo".
Por ter antecedentes criminais e estar foragido na data do assassinato de Araldi, o juiz manteve a prisão de Cleverson Alves de Moura, de 24 anos. Conforme o MP e a polícia, ele teria sido contratado por Roseli para executar Araldi. A mulher nega envolvimento no assassinato.Os dois serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Os advogados de Roseli, Ivandro Bitencourt Feijó e Mauricio Adami Custódio, já haviam tentado a liberdade provisória da mulher durante as instruções dos processos.
Ivanildo José Araldi desapareceu em 11 de dezembro, quando foi abordado por dois homens armados na porta de casa, no Loteamento Paiquerê, na região do bairro São Vitor Cohab. O veículo dele, uma Ecosport, foi depenado e abandonado em São Leopoldo. Um agricultor localizou o corpo de Araldi no dia 3 de janeiro, em um matagal no interior de Flores da Cunha.
Segundo denúncia do Ministério Público, Roseli não tinha mais afeição pelo marido. Ainda conforme o MP, Moura ficaria com a caminhonete em troca do assassinato. De acordo com a versão do homem à Polícia Civil, Roseli teria pedido ao comparsa para que desse apenas um tiro na vítima, para simular assalto seguido de morte (latrocínio).
Moura e Roseli foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver.