Uma das maiores reclamações dos caxienses é de que o Samae não informa previamente a troca dos hidrômetros. A autarquia se baseia no decreto número 11.645, de 27 de janeiro de 2004, que diz que "é facultado ao Samae, mediante aviso aos usuários, o direito de redimensionar e remanejar os hidrômetros das ligações, quando constatada a necessidade técnica de intervir nos mesmos". Embora o texto informe a necessidade de aviso, o consumidor nem sempre é comunicado. O diretor-presidente do Samae, Edio Elói Frizzo, diz que o Samae pode efetuar as trocas sem comunicar quando são constatados problemas, mas pondera:
- Estamos revendo o regulamento, para deixar mais claro.
O contador Dario Catusso, 57 anos, é um dos que teve o medidor substituído sem aviso. Ele leva as contas de casa na ponta do lápis. Em uma planilha no computador, Catusso controla os gastos com água desde abril de 2012. Naquele mês, a conta foi de R$ 28,28. Em fevereiro de 2013, um mês antes de o Samae substituir o hidrômetro, Catusso pagou fatura de R$ 23,66, por três metros cúbicos. Em março, quando ocorreu a troca, a surpresa: consumo de 13 metros cúbicos e R$ 76,12 a pagar. O máximo foi em abril de 2014: 18 metros cúbicos e R$ 127,60.
Catusso faz questão de apontar um mês emblemático: fevereiro de 2014, quando a família viajou, em férias. O contador marcou 17 metros cúbicos, o equivalente a R$ 109, 53.
- Eu não sei o que eu posso fazer. Fiz teste, procurei vazamento, verifiquei toda a casa. Aqui moram só duas pessoas, não teria como gastar tudo isso - reclama o morador do bairro Cruzeiro.
