Aos gritos de "amanhã são vocês", funcionários do Grupo Voges, em Caxias do Sul, conseguiram entrar na empresa nesta sexta-feira. No início da manhã, dezenas de manifestantes se reuniram em protesto em frente à indústria, com têm feito desde a semana passada. Seguranças garantiram a passagem de quem continua trabalhando.
Os ex-funcionários pedem o pagamento do salário de julho, pois teriam recebido apenas uma parcela. Eles afirmam que a empresa lhes deu apenas uma carta de demissão, sem data para rescisão do contrato de trabalho.
Confira as últimas notícias do Pioneiro
- Nós queremos receber pelo menos o salário, para manter nossas famílias. O resto a gente vai buscar na Justiça. Só estamos reivindicando nossos direitos. Se pagarem nossos salários, isso aqui para - disse o ex-funcionário Paulo Fulcher.
Houve confusão no início da manhã, quando os funcionários que seguem trabalhando chegaram à empresa. Os manifestantes tentaram barrar a entrada, como vêm fazendo nos últimos idas, mas foram impedidos por seguranças. Todo funcionário que chegava era recebido com gritos.
Cerca de 300 pessoas seguem trabalhando. Aproximadamente 200 foram demitidas recentemente. A advogada da Voges, Aline Babetzki, diz que os pagamentos aos funcionários desligados da empresa têm sido realizados conforme acordado na Justiça.
- A empresa fez um esforço absurdo e cumpriu, só que depois que eles receberam, mudaram de ideia e resolveram não sair (do portão da Voges). A empresa não pode mais ficar fechada. Os empregados que permanecem querem trabalhar - diz a advogada.
Entenda
- Funcionários alegam que a Voges, em processo de recuperação judicial, não paga os salários em dia desde o ano passado. Diversas manifestações têm sido realizadas.
- Segundo a advogada Aline Babetski, uma série de readequações foi necessária, entre elas a demissão de pessoal, que teria sido negociada com o Sindicato dos Metalúrgicos perante a Justiça no início de agosto.
- Uma espécie de programa de demissão voluntária foi criada. Funcionários que queriam deixar a empresa foram demitidos, mas o número não foi suficiente e houve mais rescisões de contratos.
- Desde o dia 6 de agosto a empresa está fechada devido a manifestações, protestos e negociações.
- No dia 13, cerca de 50 ex-funcionários bloquearam a entrada da empresa. O grupo tem impedido a entrada dos trabalhadores desde então.
- Os manifestantes alegam que só receberam parte do salário de julho, enquanto na Justiça teria sido acordado que os pagamentos seriam similares aos dos funcionários que seguem trabalhando.
- A advogada da Voges afirma que a negociação previa pagamento de uma parcela até a última terça-feira, dia 18, o que teria sido feito. O restante seria negociado posteriormente.
- Nesta sexta-feira a empresa contratou seguranças para garantir a entrada de funcionários e reabrir. Cerca de 300 pessoas que seguem trabalhando passaram entre os manifestantes com a ajuda da equipe de segurança.
- Manifestantes alegam que foram agredidos pelos seguranças, mas a Voges afirma, através de sua advogada, que não houve violência e que a retomada das atividades foi feita licitamente.
Manifestação
"Amanhã são vocês", gritam ex-funcionários do Grupo Voges em Caxias
Manifestantes bloquearam novamente o portão da empresa, mas seguranças garantiram entrada de trabalhadores
GZH faz parte do The Trust Project