Costureiras, estilistas e historiadoras de toda região estão em ritmo acelerado para pesquisar, desenhar e alinhavar os vestidos das 20 jovens que almejam o posto de rainha da Festa da Uva. O traje usado na noite de 5 de setembro, quando três delas serão escolhidas como princesas e rainha, é parte da tradição e cultura do concurso. Cada jovem teve liberdade para escolher as profissionais que se encarregam de montar o vestido. Como pré-requisito, as candidatas precisam homenagear as origens de sua família ou, se preferirem, os 140 anos de imigração italiana, de acordo com a integrante da comissão social e coordenadora do curso de Moda e Estilo, Adriana Conte. Elas podem se basear em fotos antigas das avós ou bisavós, por exemplo, ou em memoriais que mostrem fotos antigas.
No começo do pré-concurso, as meninas receberam instruções da historiadora Véra Zattera, que explicou detalhes de como os vestidos devem ser feitos. Após, as jovens procuraram profissionais de sua preferência.
INFOGRÁFICO: conheça as candidatas a rainha e princesas
ENQUETE: vote em quem você acha que deve ser a rainha da Festa da Uva
Entre as costureiras que estão animadas com o processo de criação dos trajes, está Eliana Gavazzoni. Em seu atelier em Flores da Cunha, a costureira está empenhada em produzir vestidos de duas candidatas. Em edições anteriores, afirma que desenhou trajes para oito candidatas que desfilaram na Festa da Uva. O processo de costura é minucioso e depende da colaboração de pelo menos 10 pessoas. Isso porque os detalhes da peça são feitos por artesãs espalhadas pelo município - e que se encarregam de traduzir, em pontos de linha, parte da história da imigração.
- Sempre nos esforçamos para que fique à altura de uma rainha. Cada peça é única, é uma obra de arte - explica Eliana, que também atua como estilista.
Os detalhes
Os vestidos podem pesar até três quilos, tamanha junção de materiais. Há tecidos como tafetá, seda ou veludo. O avental sobre a veste é item quase essencial quando a intenção é homenagear imigrantes do Vêneto. Os detalhes que estão bordados sobre ele é que impressionam. Eliana, por exemplo, encomenda com nonnas de Flores dois trabalhos manuais. O trabalho filé, que se assemelha à montagem de uma rede de pesca, bastante encontrado em trilhos de mesa, por exemplo, é encaixado sobre a peça. Outra arte manual charmosa é o macramé, feito pelas mãos da professora Terezinha Dambrós Bianchetto, 71 anos. É uma montagem de cordão com ponta de nós.
Terezinha não utiliza nem agulha para a costura. É ágil e conhecida na região. Tanto o filé, quanto o macramé, são feitos especialmente para os vestidos. Terezinha vai passar os próximos dias empenhada nessa tarefa. E ela se orgulha disso.
- As pessoas elogiam as meninas depois. E sei que fizemos parte da história - afirma.
Concurso
Trajes das candidatas da Festa da Uva são preparados
Essa é a fase em que costureiras, estilistas e historiadoras se apressam para entregar trajes do desfile
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