A psicóloga e sexóloga Virginia Toni Felippetti trabalha na área há 13 anos e acredita que por mais que tenhamos evoluído em muitos aspectos, a sociedade, de modo geral, ainda vê a sexualidade na velhice como um tabu, como se fosse algo reservado aos mais jovens.
Expectativas
Há a exigência de que os homens não podem falhar e as mulheres têm de ter beleza e juventude como fontes únicas de atratividade. Em muitos casos, o próprio idoso se discrimina em relação à aparência. Se incutiu na cabeça das pessoas que o sexo na terceira idade seria algo profundamente inadequado, colocando uma barreira psicológica principalmente para a mulher idosa. Ela pensa que já passou dessa fase, que é uma avó e tem de se dar ao respeito.
Para lidar melhor com tais aspectos, o casal precisa aumentar a comunicação do que é importante para ambos, quais seus temores e expectativas. Intimidade e maturidade auxiliam muito nesse processo, deixando o casal mais à vontade para seguir na vida sexual.
Sexualidade
Quando o tema sexualidade é tratado como um tabu, cercado de culpas, dúvidas e preconceitos, pode gerar no indivíduo sérias dificuldades e ansiedade relacionadas. Quanto mais aberto o tema é conversado e orientado, no momento e de maneira adequada a cada fase, maior será a chance desse indivíduo sentir-se livre para desfrutar de uma sexualidade plena e saudável, bem como trocar experiências produtivas com o parceiro em relação a possíveis dúvidas, fantasias, expectativas, temores.
Posições prazerosas
Além do sexo como o conhecemos, uma carícia, um toque ou uma troca de intimidade, muitas vezes, é extremamente sensual e tem o mesmo grau de prazer na terceira idade que o sexo tradicional tem para o jovem. Cada casal já possui um ritmo, uma sintonia.
Conforme os anos vão passando, algumas adequações irão acontecendo, de maneira natural. Aspectos como desejo, frequência e desempenho poderão se modificar, mas não necessariamente dificultar ou cessar. Modificar não é sinônimo de problemas ou disfunções. Dúvidas como disfunção erétil nos homens e a diminuição do desejo nas mulheres são as mais frequentes dos casais na terceira idade. Consultar especialistas em sexualidade, como médicos urologistas, ginecologistas, geriatras e sexólogos, pode ajudar a esclarecer sinais específicos dessa fase, bem como orientar em tratamentos, desde os hormonais como emocionais.
Viúvos
A experiência de recomeçar uma vida afetiva, emocional e/ou sexual após a viuvez pode acontecer de formas distintas. Cada pessoa lida com o luto e a solidão de maneira diferente. Para voltar a ter gosto pela vida, quem é viúvo precisa encontrar o equilíbrio certo entre preservar a memória da pessoa que amava e cuidar de suas próprias necessidades. O sábio Rei Salomão reconheceu que há um tempo para chorar. Mas ele também disse que há um tempo para curar.
Sendo assim, cada pessoa tem um tempo para elaborar a perda. Alguns optam em nunca mais ter alguém para uma vida conjugal, outros levam algum tempo e iniciam as primeiras experiências, outros ainda, podem levar muito mais tempo para que consigam se sentir bem e livres para tal questão. Não existe uma regra, nem o que é normal ou anormal, existe uma escolha, de seguir se relacionando com outras pessoas ou projetar essa busca em outros planos e ambientes, como lazer, família, estudo, entre outros. O importante é que execute outros projetos de vida.
Melhor idade
"É preciso se adaptar a um novo ritmo", diz sexóloga sobre sexo na terceira idade
Virginia Toni Felippetti ainda vê a sexualidade na velhice como um tabu
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