Carolina Klóss: gosta de frio quem tem cama quentinha, roupa para vestir e não pensa nos bichos abandonados

Nasci no início de agosto e nunca passei calor no meu aniversário. Compro mantas como louca, não resisto a uma bota e saia de perto de mim se você estiver com um chocolate quente na mão e não quiser dividi-lo comigo. Mas pronto, acabou aí o meu amor por inverno. Desculpem-me, mas gosta da estação, de dias chuvosos e úmidos, quem tem roupinha quente no armário, uma cama confortável para dormir e não perde um minuto da vida pensando que tem um bicho na rua se esgualepando atrás de um lugar sem vento e chuva.

Aposto um dedinho que quem gosta de animais como eu, ao olhar a temperatura de um dígito no termômetro, já se entristece e se acha incapaz de não poder colocá-los embaixo da asa, da saia ou de qualquer outro lugar longe do frio. "Ah, meu Deus, que drama, Carolina", alguém aí vai resmungar. Sim, pode ser o maior do mundo, mas vai dizer que não é?! Tudo vai bem na vida até que eu olho para fora da janela e vejo aquela chuva que cai sem parar e aquelas árvores balançando de um lado para outro. Não paro de pensar que São Francisco de Assis deve estar trabalhando como louco.

Mas, mais do que juntar as mãozinhas e rezar, bacana seria se todo mundo fizesse um pouquinho para ajudar. Viu um cão na esquina tremendo de frio, na chuva, mas não pode acolher? Tenta encontrar um lugar para tirá-lo daquela situação e depois agita todos os contatos no celular. Duvido que não tenha uma alma, em um dos 20 grupos do Whatsapp, que não conheça alguém que tem um espaço sobrando ou saiba como auxiliar.

Só não me diga que vai procurar uma ONG. É só conhecer um pouco sobre a situação de Caxias para saber que tem protetor com a casa abarrotada de bichos e entidades com a lotação máxima - e sempre em busca de mais ajuda. Ajudando, assim, prometo que pelo menos o coração fica mais quentinho.