Eles são descendentes de quarta ou quinta geração de imigrantes italianos e desde cedo incorporaram o trabalho como valor fundamental da existência. Falam dialeto, transitam entre as áreas urbana e rural e exercitam o orgulho das origens no dia a dia. Com conhecimento técnico, visão cosmopolita e valorização do regional, empreendedores e pesquisadores com idades entre 20 e 30 anos estão mudando o perfil do turismo e enograstronomia da Serra. Manter-se à frente dos negócios da família garantem não só o futuro dos empreendimentos, mas do desenvolvimento da região.
Diretor comercial na Vinícola Perini, Franco Onzi Perini, 35 anos, viveu até os 20 anos na casa que abriga a administração do empreendimento. De perto, acompanhou as transformações do negócio, que completa 45 anos em outubro. Com carteira assinada pela empresa desde os 14 anos, participou da virada de estrutura e atendimento 10 anos atrás, da preparação da empresa para atender o cliente como ele deseja ser atendido e da conversa com um consumidor mais jovem e moderno.
Franco notou, também, que havia nichos inexplorados de mercado e ousou ao propor a fabricação de cervejas, resgatando a origem da família.
- Percebi a ascensão do mercado das cervejas especiais artesanais e percebi que podíamos fazer isso. Há uma relação também com meu bisavô Giuseppe, que fabricava as cervejas que consumia, na Itália - relata, dizendo que a vinícola proporcionou a ele conhecimento acadêmico e "de mundo".
Em homenagem ao lugar de onde nasceu o antepassado imigrante, surgiram as cervejas Matarelo, que ainda não completaram o primeiro aniversário.
Franco também foi um dos responsáveis, ao lado de Diego Bertolini, a levar o vinho aos desfiles de escolas de samba. A primeira incursão foi em Porto Alegre, na Restinga, seguida pela Vai-Vai, em São Paulo.
- Pensamos em democratizar o consumo do vinho, em aliar a maior festa popular do mundo à bebida - explica, projetando a presença em novos carnavais.
Ele é o idealizador, também, da VinoRun, corrida que ocorre neste domingo, no Vale Trentino, em Farroupilha, onde a vinícola está instalada. É uma maneira de promover a relação entre vinho e saúde, além de agregar um público com perfil familiar e esportista.
- Não estamos inseridos em um roteiro turístico estabelecido, não fazemos visitas à vinícola, ela é só de produção. Precisamos criar novas propostas para que as pessoas nos conheçam - explica.
Italianos da Serra
Nova geração garante futuro dos empreendimentos e da região da Serra
Descendentes desde cedo incorporaram o trabalho como valor fundamental da existência
Tríssia Ordovás Sartori
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: