Os buracos nas ruas e estradas.
Por certo teríamos coisas bem mais importantes com que nos ocupar, mas os buracos não saem de cartaz jamais. Se nos ocupássemos com as coisas que realmente interessam, provavelmente nem teríamos de conviver com tantos e insistentes buracos.
Os buracos sequer existiriam se acertássemos a mão em outras pontas, como educação, política e não politicagem, menos corrupção e mais honestidade... A lista é grande, gigantesca, e calhou de reclamarmos de buracos, coisa de submundo, de quem optou entre se ocupar desse ou daquele assunto.
São opções.
Tenho certeza que nossas reclamações contra os buracos são música para governantes e políticos em geral. Imaginem só se trocássemos de canal e reclamássemos de outras situações que também nos afetam com a mesma frequência e intensidade que os buracos. Aí, sim, estaríamos exercendo nossos direitos com maior plenitude, e talvez daí as prioridades públicas sofreriam uma guinada capaz de fazer com que os buracos ficassem no passado.
É provável que influenciássemos bem mais na escolha das prioridades caso atacássemos outras deficiências públicas com o destemor com que exigimos pistas lisinhas.
Alô, patrulha: nem cogitem concluir que o cara aqui defende buracos. Esses escritos são só mais uma tentativa de ampliar o horizonte, de mostrar que os buracos no asfalto integram um conjunto de equívocos cuja origem é única e pra lá de conhecida.
É fato, porém: quando praticamente tudo o que está sob gestão pública está à beira da morte, por que as ruas e estradas estariam em ordem?
Fosse assim, teríamos outro paradoxo com que ocupar nosso tempo.
Opinião
Gilberto Blume: nem cogitem concluir que o cara aqui defende buracos
Quando praticamente tudo o que está sob gestão pública está à beira da morte, por que as ruas e estradas estariam em ordem?
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