Assinar crônica é andar no céu e no inferno, sem escalas. Luiz Couto contribui ao desancar a crônica de terça, em que aponto erros de português em cartilha do Ministério da Saúde. Couto desculpa o governo: culpa pessoas.
"(...) Embora compreenda suas razões ao criticar as aberrações que representam, não vou defender o governo, nem o Ministério da Saúde, porque eles não falam e não podem se defender. Minha discordância do senhor é quanto à responsabilidade pelo trabalho errado. Ou seja, para mim, ela, a responsabilidade, é humana e tem nome. Alguém deu ordens e pagou para que tal cartilha fosse impressa e distribuída. Essas pessoas têm nome de Pedro, Paulo ou Joana, e são as verdadeiras responsáveis, e não o governo. Não sou político e nem filiado, mas uma coisa aprendi e me norteia: as responsabilidades pelas coisas boas ou más têm nomes de indivíduos, e eles é que devem ser responsabilizados, para o bem ou para o mal. Eis no Pioneiro de terça, à página 3 (Leitor Fotógrafo): Ela conta que as aves chegam devagar e, discretamente, sobem pela pedra para aguardam por Jucir, o provedor da alimentação. Na página 21 (Falecimentos) o senhor Djalma da Silva Losquiavo foi cremada. Na sua própria coluna: Em 12 anos de governo do PT, porém, tivemos poucos (...), aquela que dá às bases da formação do cidadão. Não sei como se trabalha num jornal, mas posso imaginar que, se não houver um censor qualificado, técnico, atento e enérgico muitas coisas erradas continuarão a sair naquilo que lemos."
Couto tem razão: nosso telhado é de cristal. Outra leitora, a Jordana, comete dois e-mails. Não revelo seu sobrenome por delicadeza.
1. "Sempre te achei com cara de velho, tipo velho overlock. Agora com o chapéu de colono, vc é pra mim o vovó do BRANQUILES. Vc por gentileza explique melhor quem é a Irma overlock, por eu juro que não sei quem é... até!"
2. "Eu certamente voltaria para pagar o moço do estacionamento, afinal, como vc disse, ele é um moço. Agora, eu jamais voltaria lá se ele fosse um VELHO BLUME tentando dar uma de gurizinho, deixando de seder o lugar de jornalista TIGRÃO SEM DENTES para um jovem recém formado por puro medo de uma APOSENTADORIA. Bjs pra ti, velhinho avô do BRANQUILES."
É ou não é ir do céu ao inferno?
Opinião
Leitores Luiz Couto e Jordana mostram que assinar crônica é viver no céu e no inferno
Eles enviam e-mails ao colunista
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