Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe quem levou ratazanas ao Congresso Nacional. Sei que gostei das cenas. Gostei de ver os nobres parlamentares tentando manter seus supervalorizados pés livres dos asquerosos roedores.
Dê um Google e busque os significados dos termos rato, ratazana. Não se contente, porém, com as explicações biológicas acerca do mamífero, sobre o bicho rato. Dê alguma atenção às entrelinhas, aos significados que esses termos adquirem quando aplicados ao mamífero homem, ao bicho homem.
Sob essa leitura, as ratazas soltadas no Congresso são pra lá de simbólicas, talvez tenham mais significado do que as passeatas que viram paisagem tão logo voltamos para nossas casas, que são arquivadas com o carimbo da história, mas que invariavelmente resultam em nada.
Sei, levar ratazanas ao Congresso não é ação edificante. É ação desrespeitosa, condenável, inclusive. Não podemos desrespeitar nenhum dos Três Poderes, ensinam-nos desde o berço.
O ensinamento é correto, válido, mas.
Mas o brasileiro tem algum direito à desforra. O condenável desrespeito a que o brasileiro tem sido submetido alforria, perdoa a soltura de ratazanas. Um toque de humor e bizarrice jamais terá a capacidade de piorar as coisas. Levamos 2 milhões de cidadãos às ruas, lá no já esquecido dia 15 de março, e tudo aquilo foi pouco, foi indiferente, foi praticamente inútil. Se a ameaça se materializar, neste domingo tem novo protesto de rua.
Pra quê?
Soltar ratazanas no Congresso terá algum efeito prático nas tocas podres frequentadas por tantos (quantos?) políticos?
Provavelmente não, mas não faz mal.
Mas que rende algumas risadas, ah, isso rende.
Opinião
Gilberto Blume: soltar ratazanas no Congresso terá efeito prático? Provavelmente não, mas também não faz mal algum
Um toque de humor e bizarrice jamais terá a capacidade de piorar as coisas
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