"Sugestão de crônica: mobilidade começa com calçadas boas. Virei o pé num buraco da Olavo Bilac, caí e estou de cama com gelo. Dói, e nasceu um ovo gigante no tornozelo".
O relato chegou na sexta, enviado por experiente caminhante de Caxias, portanto sabedor das condições das calçadas da cidade.
O leitor tem 100% de razão.
Investir forte em obras para incentivar o cidadão a circular mais de ônibus a fim de minimizar a tranqueira no trânsito é apenas 50% do que seria um bom projeto de mobilidade. Os outros 50% seriam contemplados com obras para pedestres - ou seja, para todos nós sempre que desembarcamos do carro, do ônibus, da bike.
Não esperemos que seja coisa a ser feita durante este mandato do prefeito, mas Alceu, se quiser, pode dar a largada. Trazer à luz a lei das calçadas e cobrar respeito às regras é antes de tudo um ato político. É preciso, pois, ter vontade, ousadia, criar condições, negociar com a sociedade, esclarecer a comunidade, solenizar o momento.
O prefeito que se dispuser a mexer nesse assunto terá o nome gravado na história e, mais importante, será eternamente reconhecido como o cara que fez.
Sem trocadilhos, o mundo caminha para proporcionar qualidade de vida às populações, e essa qualidade pressupõe condições básicas, como calçadas decentes, por exemplo.
Alô, patrulha: ninguém está minimizando a importância das obras do SIM Caxias, apenas trazendo importante tema proposto por um leitor vitimado por uma calçada arruinada.
O argumento de que não há fiscais suficientes para anotar os endereços de calçadas ruins ou inexistentes e obrigar os proprietários a dar jeito perdeu a validade. Querendo, querendo de verdade, é possível mudar essa escrita. Detalhe: o custo ao município é zero.
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Hoje tem reunião entre prefeitura de Cambará e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, administrador dos Parques Aparados da Serra e Serra Geral). Tema: ampliar e organizar o estacionamento do Aparados. Na Páscoa, muita gente desistiu do passeio porque a fila de carros serpenteava por quilômetros.
Opinião
Gilberto Blume: querendo, mas querendo de verdade, é possível atacar as calçadas arruinadas ou inexistentes
Sem trocadilhos, o mundo caminha para proporcionar qualidade de vida às populações
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