Nos últimos dias o cidadão brasileiro tem sido apresentado a palavras e expressões absolutamente estranhas. Precarização das relações de trabalho, atividade-meio, atividade-fim, texto-base, terceirização, flexibilização da contratação.
Os termos e expressões não deveriam ser estranhos. Antes de soar alienígena, o palavrório todo deveria ser de domínio público, pois diz respeito à vida do trabalhador, à cidadania.
Para ficar por dentro do debate nacional em cartaz basta se informar minimamente.
Ou dar um Google.
Mesmo assim, é preciso considerar que um percentual de brasileiros acima do aceitável é analfabeto funcional, aquele sujeito que lê sem ler, que conhece mas não reconhece as letrinhas, que assina e que vota, que. E que por isso é enrolado pelos políticos, pelos governos, pela legislação.
É esse brasileiro que, de novo, está no centro da roda, cuja vida está sendo decidida pelos deputados em Brasília.
Tudo isso em meio ao puxa-e-estica de especialistas, sindicalistas, juristas, empresários, políticos.
Parabéns!
Que momento foram escolher para decidir a vida do brasileiro.
Ao invés de decidir o futuro do país, matéria mais que urgente, decidiram legislar sobre o futuro do povo e, teme-se, do modo de produção nacional.
O Congresso conseguiu fazer o que o governo federal sempre tenta nos momentos de crise, que não são poucos, mas que jamais consegue. Os deputados emplacaram a famosa "agenda positiva", eufemismo que pode ser traduzido como desvio do foco.
De fato, a lupa que o Brasil mantém sobre o Congresso e sobre o governo mostra barbaridades proibidas para menores. Há dias não se fala em Lava-Jato, em Zelotes, porém. O Congresso tentara emplacar uma agenda positiva ao fazer emergir a redução da maioridade penal, projeto engavetado há mais de 20 anos.
Não colou.
Funcionou com a terceirização dos contratos de trabalho. Para alívio dos nobres parlamentares, tiramos a lupa que mantínhamos sobre os bandidos engravatados.
Morro de medo só de imaginar o que os deputados ainda são capazes de aprontar contra o Brasil.
Opinião
Gilberto Blume: morro de medo só de imaginar o que os deputados ainda são capazes de fazer contra o Brasil
Que momento foram escolher para decidir a vida do brasileiro
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: