Gilberto Blume: Irma é favorável a prender guris de 16, mas acha que deveríamos educar as crianças na Suíça

Irma Overlock aprova sem tirar nem pôr os rumos que os deputados da Bancada da Bala estão propondo para os bandidinhos do Brasil. A costureira defende que lugar de bandido é na cadeia. Irma acha, inclusive, que a tal maioridade penal deveria ser derrubada para 15, 14, talvez 13 anos.

- Guri com 16 anos é homem feito. Deve, pois, responder pelos próprios atos. Se optou pelo crime, deve apodrecer na cadeia.

A costureira também defende liberação da carteira de motorista para jovens de 16.

- Se guri de 16 pode votar e ir pra cadeia, por que não pode dirigir?

As amigas da costureira ponderam, pisam no freio, defendem que a coisa não é tão simples assim, que as bases da família muitas vezes são frágeis, que a escola carece de investimentos e currículos combinados com a vida real, que as casas de recuperação de menores precisam ser repensadas, que falta investir e investir e investir em educação, que. Irma Overlock é conhecida na intimidade por defender teorias, digamos, mui particulares.

A educação das crianças.

A costureira acha que as crianças brasileiras deveriam ser embarcadas para a Suíça logo após nascerem. Lá na Suíça as crianças seriam educadas e alimentadas e teriam lições de piano. O retorno ao Brasil se daria aos 22, 23 anos, dependendo dos modos que o candidato à alforria exibisse à mesa. Os rapazes e moças que não fossem fluentes em alemão jamais seriam repatriados. A condenação aos mal educados seria viver os restos dos dias na Suíça. Irma vê a eternidade na Suíça com vantagens, um favor aos inaptos:

- Aqui o futuro deles certamente seria apodrecer na cadeia devido à desabilidade nata que têm de conviver em coletividade. Melhor ficar na Suíça e, quem sabe, ao longo dos anos aprender a comer banana sem ser confundido com macaco.

Irma ora para que a Bancada da Bala obtenha sucesso, prenda os guris e gurias infratores e liberte o país da criminalidade e da violência, chagas para o cidadão que trabalha, trabalha, trabalha para pagar contas que sequer tem tempo de dar um tiquinho de atenção, amor e educação às crianças.

- Se enviássemos as crianças à Suíça, tudo estaria resolvido.