As dificuldades impostas a estudantes da localidade de Cazuza Ferreira, que empreendem longas caminhadas na madrugada para poder estudar, são de conhecimento da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE). O prefeito de São Francisco de Paula, Juarez Hampel, diz desconhecer os problemas do distrito, e garante que as linhas de transporte escolar estão todas estabelecidas e regulares no interior do município.
>> VÍDEO: veja imagens do estudante que caminha pela estrada com uma lanterna para chegar à escola
A infraestrutura precária afeta especialmente famílias que moram em um trecho de Pedra Lisa, comunidade de Cazuza Ferreira. Como a estrada é ruim, os veículos escolares não buscam crianças e adolescentes em casa, o que força a andança a pé por quase cinco quilômetros até uma escola ou um ponto de ônibus.
- No ano passado não faltou transporte escolar para ninguém em nenhum distrito. Em Pedra Lisa atendemos a 100% dos alunos. Inclusive ficamos 15 dias em fevereiro deste ano recuperando as estradas de lá. É uma pressão do movimento de anexação de Cazuza Ferreira, que fica tentando encontrar problemas onde não tem. Claro que há alunos que moram em algumas regiões que precisam se deslocar até onde passa a linha de ônibus, mas todos têm acesso ao transporte escolar - afirma o prefeito.
O coordenador da 4ª CRE, Paulo Périco, encaminhará equipe para avaliar a situação até a próxima quarta-feira.
- Tentaremos a solução pelo bom senso, mas não pode é as crianças desse jeito - comenta Périco.
Os moradores de Pedra Lisa afirmam que o pedidos de ajuda teriam sido comunicados ainda em 2013 para a prefeitura. Um dos motoristas que busca alunos na região, José Jair Pessoa dos Santos, reconhece a dificuldade:
- Os moradores dali (trecho de Pedra Lisa) nunca tiveram transporte. A estrada é ruim e ninguém desce por ali.
A lista de reinvindicação inclui o Ensino Médio. Na semana passada, o grupo SOS Cazuza Ferreira encaminhou documento sobre drama de alunos que estudam no Distrito de Lajeado Grande. Além do preço do transporte, elevado para muitas famílias, os estudantes trocam de transporte na beira da Rota do Sol. Enquanto esperam por um ônibus de linha, ficam expostos na rodovia.
- Tem assédio, pode ocorrer roubo e sequestro. Aconteceu isso com alunas que foram atacada por um motoqueiro. Outros ficam a pé e tem que pedir carona para voltar para casa, ou caminham a pé por oito quilômetros - conta o integrante da SOS Cazuza Ferreira, Sadi Reis da Silva.
Superação no campo
Prefeito de São Francisco de Paula garante que estradas de Cazuza Ferreira têm manutenção
Estudantes caminham longos trechos para encontrar transporte e escola
Adriano Duarte
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