Continuidade da pavimentação da ERS-020, na Serra, depende de liberação de recursos

A pavimentação da ERS-020, entre Cambará do Sul e São José dos Ausentes, está parada desde meados de 2012 e não têm previsão de serem retomadas. As obras começaram entre o final de 2009 e o início de 2010.

O contrato prevê asfaltamento de cerca de 50 quilômetros, entre Cambará do Sul e São José dos Ausentes. Até agora, no entanto, apenas 12 quilômetros foram concluídos.

Segundo o prefeito de Cambará do Sul, Schamberlaen José Silvestre, os trabalhos foram interrompidos em meados de 2012 no quilômetro 12 da rodovia, no distrito de Osvaldo Kroeff.

Conforme ele, a gestão passada do Daer alegava que havia o dinheiro para a obra, mas que ainda havia pendências entre a construtora Sultepa, vencedora da licitação e o governo do Estado. O Daer não especificou, segundo o prefeito, quais seriam essas pendências. Já na atual gestão, o retorno aos questionamentos da prefeitura é de que a continuidade da pavimentação depende da reavaliação dos investimentos do Estado.

Entre os entraves já surgidos estão problemas na drenagem e postes no meio do caminho, que precisaram ser retirados. A ERS-020 é o principal acesso aos roteiros turísticos de Cambará e São José dos Ausentes e também aos cânions dos Campos de Cima da Serra. Além disso, serve de alternativa à Serra e ao Litoral de Santa Catarina.

- Nós chegamos a chamar de Rota dos Cânions, porque juntaria aqui os cânions de Cambará (Itaimbezinho e Fortaleza), mais o Pico de Montenegro, mais a beleza da serra de Santa Catarina, Serra do Rio do Rastro. O que a gente usa de argumentação: o número de visitantes que passam lá pela serra (catarinense) e deixam de estar aqui na nossa Serra Gaúcha é enorme - avalia Schamberlaen.

Conforme o prefeito, atualmente Cambará recebe 100 mil visitantes por ano, número que poderia, pelo menos, dobrar com a conclusão da estrada. Além disso, em menos de 180 quilômetros os roteiros turísticos recebem mais de 1 milhão de turistas por ano, casos da Serra Catarinense e região das Hortênsias.

Procurado pela reportagem, o Daer disse que a Sultepa desativou uma pedreira na localidade de Baio Branco, na divisa de São Franciso de Paula e Cambará do Sul, o que prejudicou os trabalhos. Além disso, a continuidade ainda depende de liberação de verbas. A Sultepa foi procurada, mas não havia retornado até a publicação desta reportagem.