Gramado será pioneira em programa de combate ao câncer de colo do útero

A partir de março de 2015 Gramado contará com um projeto piloto de combate ao câncer de colo do útero, pioneiro no Brasil. O projeto foi desenvolvido no Principado de Mônaco e teve resultados positivos. O professor e presidente do Instituto de Prevenção do Câncer de Colo do Útero (Incolo), Paulo Naud, é quem está a frente do projeto. O médico ginecologista, que participou do desenvolvimento da vacina do HPV, visitou Gramado para implantar o programa.

De acordo com o Secretário de Saúde de Gramado, Jéferson Moschen, o projeto consiste em mapear as mulheres que já iniciaram a atividade sexual, através da realização do exame preventivo, conhecido como Papanicolau, em todas elas. Conforme o resultado do exame, a paciente é encaminhada para tratamento. Se a doença for constatada no começo, o tratamento é feito ambulatorialmente. Se a doença estiver em um estágio mais avançado, a paciente é encaminhada a um oncologista.

Um primeiro bairro vai ser escolhido para a experiência, para depois se estender a outros bairros. Todos os dados coletados vão ser armazenados em planilhas eletrônicas para pesquisas científicas.

- Em janeiro nós vamos iniciar com o ajuste na questão do TI para ajustar o prontuário eletrônico. Em fevereiro inicia a capacitação dos médicos de enfermagem e técnicos. Em março nós já começamos a fazer a coleta. A medida que vai se coletando, já vai se tendo o resultado e vai se encaminhando ao tratamento, partindo para outro e assim sucessivamente. A ideia é que nós atinjamos 80 por cento da cidade - explica Moschen.

Segundo ele, o projeto traz também um procedimento menos agressivo para o tratamento do câncer, dependendo do caso, onde não é preciso retirar o útero da paciente. No novo procedimento, a lesão causada pelo vírus HPV é tratada dentro do cólo do útero.

Participarão pacientes do SUS e de planos de saúde, sem custo extra. O público alvo estimado é de 11.688 mulheres. A intenção também é, segundo o secretário, estimular as mulheres a fazerem o exame preventivo regularmente, pelo menos uma vez ao ano.

O projeto tem supervisão do Conselho Federal de Medicina e da Organização Mundial da Saúde. O câncer de colo do útero é o terceiro que mais mata mulheres no Brasil. A estimativa do Ministério da Saúde é que o país feche este ano com 15.590 novos casos.