Sou ex-fumante, confesso que durante anos submeti infinitas pessoas aos males do meu vício expelindo fumaça em suas cabeças e forrando o chão com baganas. Contudo, o livre arbítrio nos dá a possibilidade de mudar, inclusive para melhor.

Parei de fumar há sete anos.
Foi bom ter parado.
Na verdade, parar de fumar foi uma das melhores coisas que fiz para mim mesmo. Com o tempo, vejo que também foi uma das melhores coisas que fiz para os outros.
A ficha cai com grande dificuldade entre os fumantes.
Alegar que é difícil parar é fácil, mas poucos de fato tentam largar o cigarro para poder dizer, com propriedade, se é fácil ou difícil parar.
Agora a lei antitabagismo endureceu.
Está proibido fumar até em parada de ônibus. Os fumantes não têm noção, mas os não fumantes bem sabem como é horrível receber baforadas de fumaça no rosto, mesmo que seja na parada de ônibus, espaço onde o ar circula praticamente sem impedimentos.
Não esperemos que o cumprimento da lei seja acompanhado de perto pelas autoridades. A fiscalização, infelizmente, tem coisas mais importantes para fiscalizar. Calçadas inexistentes ou em ruínas sempre serão bom exemplo na extensa lista de prioridades da fiscalização.
Entre caçar fumantes sem noção e exigir calçadas decentes, sempre apoiarei a opção número dois.
Fumar ou não fumar em lugares públicos é questão de comportamento. Um dos trunfos da nova lei é que os não fumantes subiram de status, asseguraram mais direitos.
Agora podem pedir para o fumante inconveniente que, por favor, pare de fumar em lugar não permitido.
As autoridade estimam que 11% dos brasileiros são viciados. Dizem que o número de fumantes vem caindo, mas 11% ainda significa que há bastante gente candidatíssima a contrair doenças - e a provocar doenças nos outros.
A Secretaria da Saúde de Caxias oferece, de graça, programas para os fumantes interessados em largar o vício.
Se você é daqueles que considera difícil parar, que tal aceitar ajuda especializada e deixar de ser o mala da parada de ônibus, do fumódromo, da marquise, da?