Gilberto Blume: Podem rir do otimismo do colunista, tanto o riso quanto o otimismo estão valendo

Querido Papai Noel,

Neste Natal pedirei novamente o trivial, o básico para seguirmos andando sobre a Terra deixando o mínimo de pegadas.

Meu pacote de presentes ideal conteria saúde, a manutenção das atuais amizades, paz e, por que não?, alguma grana.

Embora simples assim, o pedido contém os itens principais do kit da sobrevivência com dignidade.

Não precisamos de muito mais para viver, e o que viria além disso seria lucro.

Esse "além disso" independe da nossa vontade, de nossos esforços, das nossas orações.

O além disso envolve questões de ordem coletiva, ações que nos proporcionem mais qualidade de vida.

Papai Noel está com dificuldades visíveis para zerar a lista. O pacote está pesado, é renovado a cada ano com mais e mais artigos de primeiríssima necessidade.

Educação, saúde pública, segurança e infraestrutura minimamente decentes ocupam o topo dos pedidos há muito tempo.

Menos corrupção e menos impunidade também brigam pelo topo da lista de pedidos de presentes.

Neste Natal ganhamos uma motivação extra para crer que Papai Noel finalmente trará presentes que minimizem nossa ignorância, nossas doenças, nossos medos, nossos ataques aos cofres públicos, nossos.

Os homens e mulheres que ocupam os cargos públicos capazes de alterar as coisas ganharam polpudos reajustes salariais. Aposto que os políticos, os procuradores, os juízes e muitos outros crachás públicos mais renovaram a disposição para dar respostas a quem paga seus salários.

Agora vai!

Quando Papai Noel trouxer o pacote das necessidades básicas todo o resto tomará o rumo natural da ordem humana: com educação, saúde e outras coisinhas mais certamente seremos mais gentis, mais cordatos, menos gananciosos, menos violentos, mais grupais, menos egoístas -mais gente, só.

Alguns dos 17 leitores da coluna (todos?) vão rir desse inusitado otimismo.

O riso é válido, o otimismo também.

Feliz Natal a todos!