Sei não, mas há algo no ar em relação às obras na Rota do Sol.

E o que está no ar cheira mal.
Antes que alguém diga que há um sapo enterrado na estrada, vamos combinar que a Rota não está sob efeito de bruxaria.
O problema é de gestão, mesmo.
E gestão é coisa manejada por gente que, supõe-se, foi preparada para tal.
Há falsos sapos enterrados em outros pontos da administração pública, mas a questão das estradas grita alto demais - vá entender, mas o gaúcho se importa mais com as condições das estradas do que com a péssima educação pública que os governos proporcionam.
A Rota.
Os funcionários da empreiteira contratada por licitação pelo governo para consertar e manter a Rota por cinco anos entraram em férias coletivas. Férias coletivas, sabemos, é eufemismo para não dizer que falta de dinheiro.
As empresas de Caxias não concederam férias coletivas a dezenas de milhares de funcionários porque o espírito natalino contagiou o empresariado.
As paradas de fim de ano acontecem porque a crise pegou.
A empreiteira contratada pelo governo do Estado parou de trabalhar na ERS-470 porque o governador Tarso não repassou mais dinheiro.
A empreiteira contratada na 470 é a mesma empreiteira que atua na Rota.
A retomada dos trabalhos pós-férias depende de novo repasse. O novo repasse está sob responsabilidade do novo governador. Sartori liberará dinheiro para que o Crema Serra tenha prosseguimento?
O descontinuismo das políticas públicas quando há trocas de governo é um dos freios que nos seguram na pré-história do desenvolvimento.
É natural, o governante que chega trabalha para dar sua marca à gestão. Esse empenho, contudo, por vezes significa interromper ações em andamento, inclusive para não dar a mão à palmatória e permitir que o antecessor leve as honrarias do resultado.
Tomara que Sartori se mostre menos personalista e cumpra os contratos assinados no Crema Serra pelo governo Tarso.
Não é mais tempo de procurar sapos.
O tempo é de administrar para o cidadão.