No fim de semana a colega Tríssia Ordovás Sartori publicou reportagem sobre o Manual de Ética publicado em parceria da Educs com a Editora Vozes.
Quem não leu a reportagem, sinta-se convidado a lê-la, pois a matéria diz muito sobre todos.
Mais, o ideal seria lermos o livro, compêndio de ensaios assinados por 37 bambambãs que mostram que ética é coisa do meu, do seu, do nosso umbigo - bem antes de ser coisa exclusiva dos gabinetes públicos, nosso alvo preferencial quando decidimos reclamar de desvios de conduta.
Ao analisar o livro para a reportagem do Pioneiro, o professor de Ética Organizacional da UCS, Jaime Bettega, cita o filósofo, educador e teólogo Mario Sergio Cortella.
Cortella, recupera Bettega, aconselha que devemos fazer a nós próprios três perguntas antes de tomarmos qualquer ação impulsiva:
Quero?
Posso?
Devo?
- Tem coisa que eu devo mas não quero, tem coisa que eu quero mas não posso, tem coisa que eu posso mas não devo - reflete Cortella.
Complicado?
Qual nada!
Complicado mesmo é obrigar as pessoas a dizer amém ao que eu, tu, nós julgamos ser correto ou ser incorreto.
Nesse campo das vontades próprias não sou otimista.
Pior, sou pessimista.
Prevejo que ainda amargaremos algumas longas gerações até conseguirmos tirar os pés desse atoleiro que tanto desqualifica nossa convivência.
Por que será tão difícil adotarmos valores consagrados pela ética chã, básica?
Às vezes tenho a impressão de que éramos melhores quando tínhamos menos ferramentas para obter informações sobre o que é e sobre o que não é.
Também era uma época em que sentávamos nossos bundões em menos conforto, mas a dureza dos dias respingava alguma reflexão sobre o que restava intacto em nossa humanidade.
Estou equivocado ou estamos condenados a suportar por décadas mais os brutamontes que se acham, que vão e fazem, que pisam e repisam, quê?
É demais pedir, por favor, para alguém salpicar o cotidiano com um pouco de ética?
Opinião
Gilberto Blume: Estou equivocado ou estamos condenados a suportar por décadas os brutamontes que se acham?
Por que será tão difícil adotarmos valores consagrados pela ética chã, básica?
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