Gilberto Blume: Espero que dê tempo de proporcionarmos algum conforto ao ambiente, a nós mesmos

Os últimos meses têm sido pródigos em debates sobre o emprego da água em Caxias. Neste ano, pelo menos três ideias avançaram.

Alguns projetos se concretizaram, caso da implantação do sistema de recolhimento da água da chuva na cancha de rodeios dos pavilhões, ação que não salvará o planeta, mas é bom exemplo levado a palco privilegiado e que pode ser facilmente copiado por qualquer cidadão interessado no tema.

No pacote oficial de debates sobre a água se destacam três pontos.

Todos aguardam definição, mas o bom senso indica que, cedo ou tarde, virarão lei.

Eis:

1. A aprovação, na Câmara, de projeto que determina que postos de combustíveis e lavagens de carros recolham água da chuva (o projeto aguarda sanção do prefeito);

2. O avanço, na Câmara, do projeto que tramita desde 2011 determinando que novos prédios e indústrias construam cisternas para reservar água da chuva (o Sinduscon, instado pela Câmara a avaliar o projeto, deu parecer favorável. Agora os vereadores devem voltar a debatê-lo e, tomara, aprová-lo. Depois irá à sanção do prefeito);

3. A aprovação, pela Câmara, de projeto que obriga novos condomínios a ter hidrômetros individuais (o projeto aguarda sanção do prefeito).

Essas abordagens paroquiais sobre a água são extremamente importantes, vêm à reboque e estão em sintonia com o crescente debate global sobre o tema.

Aos poucos avançamos.

Particularmente, defendo que sejamos mais radicais e ágeis na fixação e, especialmente, na fiscalização de leis que regulamentam nossa relação não só com a água, mas com o cenário ambiental completo, visto que tudo está interligado, o sistema é único, impossível de ser fatiado sem enormes prejuízos ao todo.

Não confundam o que vem a seguir com comodismo, mas cumpre dizer que, apesar da lentidão de ações, não estamos paralisados, o que já é bastante se considerarmos que até pouco tempo atrás o ambiente natural sequer figurava na pauta cotidiana.

Nesse ritmo, espero que dê tempo de realmente proporcionarmos algum conforto ao ambiente, a nós mesmos.