
Um grupo de ambientalistas de Caxias do Sul entrega no Ministério Público na tarde desta quinta-feira um abaixo-assinado com cerca de 1,5 mil assinaturas pedindo que seja investigada a construção de um loteamento em parte da área do Samuara. O abaixo-assinado também será entregue à Polícia Federal. O projeto do Executivo foi aprovado na Câmara de Vereadores na semana passada e sancionado pelo prefeito na terça-feira.
O projeto prevê a divisão de parte da área em 1.676 lotes. Em troca, o Samae se torna proprietário da barragem do Samuara, da estação de tratamento e da área de preservação permanente. Atualmente, todo o complexo, inclusive a parte da represa, pertence a Samuara Empreendimentos Imobiliários S/A. A empresa também doará à prefeitura 12 hectares para a construção da terceira perimetral de Caxias. O complexo do Samuara abastece o bairro Forqueta e parte do bairro Desvio Rizzo.
Para o biológo do Instituto Orbis de Proteção e Conservação da Natureza, Otávio Valente Ruivo, a construção de um loteamento em um local próximo a uma represa é equivocada. Para o biólogo, a compactação e a impermeabilização do solo, que ocorrem devido às construções, acabam prejudicando a qualidade da água.
- Por mais que deixem uma parcela (como área de preservação), também não daria certo. Na verdade, não vai dar certo porque causará problemas e o custo da limpeza da água para as pessoas poderem usar será alto - afirma o biólogo.
A prefeitura argumenta que o projeto foi feito com base em estudo técnico, respeitando a legislação de proteção aos mananciais, que estabelece o tamanho dos lotes tendo em vista o número possível de pessoas que podem morar no local.