Entidades do setor vinícola entregaram documentação ao Ministério da Agricultura solicitando a regulamentação do chamado suco de uva de panela, produzido por um processo artesanal de fabricação. Esse procedimento começou para consumo próprio de famílias com o uso de uma panela com furos. Hoje em dia, pequenas agroindústrias utilizam o processo com mecanismos mais modernos.
Há cerca de três anos, o governo havia determinado o cancelamento do registro dos fabricantes porque a utilização de vapor para extrair a bebida faz com que o suco tenha certa quantidade de água na sua composição. Até então, o registro era como suco integral que é 100% composto por uva, o que gerou a contestação do Ministério.
- O Ministério vinha concedendo registro para esse tipo de suco como integral. Mas como ele agrega volume de água, seria um suco diferente ao suco industrial. O Ministério suspendeu porque se trataria de néctar, que é um produto legalizado que pode ter até 50% de água - explica o responsável técnico pelo Laboratório de Referência Enológica do Estado, Plinio Manosso.
A partir da reclamação de agricultores e do setor, o Ministério da Agricultura concedeu um prazo para estudos sobre as características do produto. A análise concluiu que esse processo provoca a incorporação de 7% a 17% de água na bebida. O pedido do setor é que o suco de panela tenha um registro próprio, como produto artesanal e não néctar.
O próximo passo será a realização de uma consulta pública sobre o tema. Se aprovado, o novo registro beneficiaria apenas produtores enquadrados como agricultores familiares.
