O Hospital Pompéia de Caxias do Sul, aderiu à mobilização nacional que visa conscientizar a população sobre o déficit no repasse de recursos federais a Santas Casas e instituições filantrópicas.
Desde as 8h e até as 18h pacientes que frequentam o ambulatório da instituição vão receber folhetos informativos. O material alerta para a déficit de recursos para as instituições, que não têm recebido verba suficiente para a manutenção de leitos do SUS. Durante todo o dia faixas também ficarão expostas na fachada do hospital. Apesar do movimento, nenhum serviço será prejudicado.
O problema é resultado principalmente da falta de reajuste do governo federal aos repasses para a saúde. Segundo o superintendente-geral do Pompéia, Francisco Ferrer, os recursos deveriam ser de 10% do orçamento da união, mas menos da metade é repassada. Atualmente, segundo Ferrer, a instituição deixa de receber entre 550 e 600 mil reais por mês somente com internações. Se forem considerados outros serviços, como diagnóstico, o número chega a R$ 900 mil.
O Hospital Pompéia destina 70% da capacidade ao SUS. Com o déficit em procedimentos de média e alta complexidade entre 86% a 100%, os custos são cobertos com recursos municipais, estaduais, além de recursos obtidos por atendimentos a operadoras de saúde e ações comunitárias. O hospital também recebe recursos federais, mas que são insuficientes. Todos esses esforços, no entanto, não garante a solidez das contas para o futuro.
- Nos últimos anos o processo inflacionário no setor de saúde tem sido bastante elevado. É insuficiente ainda todo o esforço que vem sendo feito para que nós possamos equalizar essa conta dentro do sistema público de saúde no Hospital Pompéia. Somando-se com o sistema privado mais a área diagnóstica, o Pompéia tem buscado um equilíbrio tênue, muito frágil, que não permite ao hospital exatamente crescimento e desenvolvimento. Temos conseguido mediante estratégias de gestão e com programas comunitários como o Amigos do Pompéia - avalia Ferrer.
O chamado Dia de Luto pela Crise das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos foi marcado ainda em agosto em reunião de representantes do setor. Na ocasião eles também entregaram ao governo federal um documento com as demandas das instituições. Entre elas estão a ampliação do programa de financiamento PROSUS, ampliação para 20% do incentivo para hospitais de ensino, caso do Pompéia, e criação de incentivo para custeio da alta complexidade, também de 20%.
Atualmente, as dívidas dos hospitais filantrópicos no país soma R$ 15 bilhões, sendo R$ 1,2 apenas nas instituições gaúchas.