O salão comunitário que teve uma festa interrompida por um princípio de incêndio na madrugada deste domingo, em Nova Pádua, não tinha Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e nem poderia ser local de bailes. Por volta da 0h45min, faíscas saíram de um disjuntor que fica em uma das paredes, atrás das caixas de som do salão. Quando os frequentadores sentiram o cheiro de queimado, se desesperaram. Houve correria e empurra-empurra. A festa é organizada pelo grupo de jovens 4S Sorriso. Os jovens, que não quiserem se identificar, acreditam que episódio teve uma repercussão exagerada.
- Não aconteceu nada, foi faísca, em questão de um minuto a faísca acabou, todo mundo saiu. Quando acabou, todo mundo queria voltar, porque não foi nada - disse uma integrante.
- Se não tivesse acontecido nada na boate Kiss, a festa teria continuado _ falou outro integrante.
Em 27 de janeiro de 2013, um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, matou 242 pessoas.
No Hospital Fátima, de Flores da Cunha, foi atendida uma pessoa que alegou ter inalado fumaça. Ela foi medicada e liberada. Outras quatro pessoas que estavam na festa deram entrada também, mas por embriaguez.
Os organizadores da festa alegam que havia mil pessoas no salão, a capacidade do espaço, e não duas mil, como estimaram os bombeiros. O princípio de incêndio foi controlado com dois extintores. Como na cidade não tem bombeiros, duas viaturas foram enviadas de Flores da Cunha. Quando a guarnição chegou, não havia chamas. Conforme a primeiro sargento Marisa Richetti, comandante do socorro, somente em 1º de julho os responsáveis pelo espaço encaminharam o projeto para a liberação do salão para bailes. Ele já foi analisado, porém precisa ser retirado por um profissional responsável, como um engenheiro, para correções. Depois disso, os bombeiros farão ainda inspeções.
- O local está interditado para bailes, festas, o que reúne público. Almoços comunitários podem ocorrer. Essa interdição será liberada no momento em que aprovarmos o projeto e liberarmos o alvará - explica Marisa.
Fabriqueiro da comunidade, ou seja, o líder local, o vereador Silvino Marostica enfatizou na manhã de domingo ao Pioneiro que o lugar está regular e que o funcionamento é permitido. A mesma posição sustenta o grupo de jovens. Eles mostraram um alvará de licença para localização e funcionamento, que está exposto na parede do bar do salão. No documento, expedido pela prefeitura, há a informação "alvará provisório aguardando a liberação do PPCI". Conforme Marisa, não é esse documento que libera o espaço para festas.