Parte dos 300 mil litros de chorume depositada diariamente em uma lagoa do antigo aterro sanitário São Giácomo vazou no Arroio Tega, em Caxias. O descarte constatado pelo Pioneiro, a partir de denúncias de moradores do entorno, foi confirmado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) na tarde desta terça-feira. Ainda não há estimativa da quantidade que caiu no leito de água, mas seriam milhares de litros.
O chorume é material tóxico originário da decomposição do lixo orgânico. Há cerca de dois meses, uma empresa contratada pela Companhia de Desenvolvimento de Caxias (Codeca) transporta todo o líquido captado na Central de Tratamento de Resíduos Rincão das Flores, em Vila Seca, para o São Giácomo.
Isso ocorre porque a estação de tratamento do chorume de Rincão das Flores, que recebe todo o lixo orgânico de Caxias, foi interditada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) no final de abril. A estrutura recebeu melhorias exigidas pelo órgão estadual, segundo a Semma, mas segue paralisada por tempo indeterminado pois depende de nova avaliação.
Desde então, uma média diária de 10 cargas da substância é despejada no aterro São Giácomo, às margens da Rua Luiz Covolan, no bairro Reolon. Dali, o líquido deveria seguir por tubulações até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Tega para só depois ser descartado no arroio. No meio do caminho, porém, o chorume contaminado escorreu por um matagal e desembocou no arroio por um tubo de concreto.
Ontem, o diretor técnico da Semma, Henrique Koch, e engenheiros da Codeca identificaram as causas do vazamento:
- A Codeca fez uma varredura e encontrou uma tampa da tubulação da ETE removida. O espaço ficou entupido pelo lixo e o chorume transbordou. Foi feita a limpeza e tudo voltará ao normal - garante Koch.
O diretor-presidente da Codeca, Valter Webber, acredita que a tampa foi retirada por curiosos ou vândalos.
Meio ambiente
Chorume contaminado vaza no Arroio Tega, em Caxias do Sul
Problema teria sido provocado por tubulação entupida
Adriano Duarte
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