Apesar de existir uma lei estadual desde 2012 recomendando a realização da oximetria de pulso em bebês entre 24 e 48 horas após o nascimento, muitas instituições de saúde demoraram a implantar o teste do coraçãozinho entre suas rotinas com os recém-nascidos.
Em Caxias do Sul, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vem mobilizando as maternidades para que não deixem de realizar o teste. De acordo com a médica Cláudia Panno de Oliveira, coordenadora do setor de Atenção à Saúde da Criança e Adolescente da SMS, a capacitação com profissionais de saúde se iniciou em outubro do ano passado. Em janeiro, três dos cinco hospitais já executavam o exame e, a partir de março, todas as maternidades caxienses já faziam o teste, que é indolor, gratuito e rápido.
No Hospital Geral, o teste do coraçãozinho já vem sendo realizado experimentalmente desde o final de 2012, conforme a pediatra Maira Ester Soares de Carli, professora do curso de Medicina e coordenadora do Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC).
- Toda a equipe foi treinada e está apta a fazer o teste, que, somado aos testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho, veio qualificar o atendimento aos nossos bebês. O diagnóstico precoce traz mais tranquilidade para o profissional da saúde e também para a família - explica Maira.
Para fazer a oximetria de pulso (que mede o nível de saturação de oxigênio), o profissional coloca um pequeno sensor no braço direito e depois na perninha do bebê. É considerado normal o teste em que a criança apresentar saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas e diferença for menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior.
- Quando o exame dá alterado, ele é repetido após uma hora. Se confirmados os dados, solicitamos a avaliação de um cardiologista, que pede novos testes como o ecocardiograma, por exemplo - explica Maira.
Pouco mais de 24 horas depois de nascer, no final da manhã do dia 29 de maio, Daniel foi submetido ao exame no HG. Os resultados foram considerados normais.
O diagnóstico precoce por meio do teste do coraçãozinho é fundamental pois pode evitar choque, parada cardíaca ou agravo neurológico no recém-nascido antes do tratamento da cardiopatia. As cardiopatias congênitas representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20 a 40% dos óbitos decorrentes de malformações.
Saúde preventiva
Bebês nascidos em Caxias do Sul já passam pelo teste do coraçãozinho
Exame, que é rápido e indolor, ajuda a detectar precocemente doenças cardíacas e a prevenir sequelas
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