Membros da Associação de Funcionários da Codeca, a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul, reclamam por serem impedidos de comprar em estabelecimentos conveniados por meio da entidade.
Com uma vale disponibilizado pela associa
ção, o associado faz compras no comércio e o valor dos produtos é descontado na folha de pagamento do funcionário. Cabe à associação repassar o dinheiro correspondente ao estabelecimento.
Porém, desde o final do ano passado, o esquema não tem funcionado. Apesar do desconto em folha, a associaçao não tem feito o pagamento a parte dos convênios e amarga uma dívida que chega a R$ 78 mil.
No Serasa, até o dia 11 de junho, a entidade tinha 75 títulos em protesto. O mais antigo é de 29 de agosto do ano passado, de R$ 1,4 mil. Em seis estabelecimentos que o Pioneiro entrou em contato, as dívidas somam R$ 17 mil. Por conta disso, quatro deles proibiram a venda por meio do convênio. Alguns têm prestações a receber desde novembro do ano passado.
- Já fiz mais de 20 ligações para que regularizem o pagamento, atrasado há cinco meses. Ficam (a associação) de depositar e não depositam. Não estou mais vendendo por meio dos vales. Ainda que não seja muito, é meu direito receber - reclama um comerciante, cuja dívida é de pouco mais de R$ 600.
Em outro deles, as dívidas somam R$ 5 mil e o atraso, de cinco meses, não foi justificado. Na falta de retorno da associação, o gerente de uma loja enviou email para o diretor-presidente da Codeca, Valter Augusto Webber, relatando o fato e uma dívida de mais de R$ 10 mil, atrasadas desde novembro, e admitindo a proibição da venda para associados pelo convênio.
Em resposta, o diretor-presidente disse estar ciente da situação, mas nada poder fazer porque a Codeca não tem relação com a associação.
Quem também anseia por explicações são os associados, que se surpreenderam com a situação, já que houve desconto na folha de pagamento referente à compra. Além disso, há o constrangimento pelo impedimento no comércio.
- É humilhante. Fui procurar a loja para dar explicações. Descontam todo mês e não pagam por quê? Onde está indo esse dinheiro? - questiona uma funcionária que prefere não se identificar.
O encarregado do setor financeiro da Associação de Funcionários da Codeca, Sérgio Soares, informou ao Pioneiro que a entidade sempre teve dívidas. Segundo ele, a associação pode descontar por mês até 30% do salário do funcionário relativos a compras em estabelecimentos conveniados.
Porém, a maioria acaba por utilizar vales em valor superior ao que pode ser descontado. Soares afirmou que a maioria dos títulos que estão em protesto foram pagos.
- Mesmo que o funcionário use por mês mais que 30% do salário, a associação não pode descontar valor superior a este. Mas o que vamos fazer? O funcionário precisa comprar remédio, comida e gás. Então, acabamos por liberar a compra e atrasar os pagamentos do comércio. Pagamos um estabelecimento em um mês, outro no seguinte.
A reportagem não conseguiu contato com o presidente da associação, Gomercindo Rodrigues.
Dívidas
Associação de Funcionários da Codeca, em Caxias, é alvo de reclamações por não pagar conveniados
Títulos em protesto chegam a R$ 78 mil no Serasa
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