Unidades básicas de saúde de Caxias do Sul incentivam uso de plantas medicinais como terapia complementar

Um projeto que envolve várias secretarias municipais de Caxias do Sul está implementando o cultivo de plantas medicinais em unidades básicas de saúde (UBSs). A intenção é estimular o uso da fitoterapia como prática complementar no tratamento e prevenção de doenças.

Em 2014, serão criados hortos para a produção de ervas medicinais e alimentares em quatro UBSs: São Caetano, Parque Oásis, Fátima Alto e Esplanada. Conforme a enfermeira Teresinha Conte, a ideia surgiu de uma experiência bem-sucedida implementada na horta comunitária do Vila Ipê com apoio da Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social e Emater: o relógio do corpo humano.

O sistema é bem simples e parte dos princípios da medicina chinesa de que há um horário ideal para tratar cada parte do corpo humano. Assim, se o remédio for tomado naquele período de tempo, traz melhores resultados.

Em um canteiro com formato circular, como um relógio, são plantados chás e temperos. Com a ajuda de plaquinhas, é possível identificar o horário em que a erva deve ser consumida e o órgão beneficiado.

_ Pela medicina chinesa, por exemplo, ficamos sabendo que o fígado tem pico de funcionamento entre 1h e 3h. Então, plantamos coisas nesse espaço que são benéficas para o fígado, como a alcachofra, por exemplo _ explica Teresinha.

Da mesma forma, o relógio recomenda cuidar do estômago, baço e pâncreas pela manhã, do coração ao meio-dia, do intestino delgado, bexiga e rins à tarde e da circulação e os sistemas digestivo, excretor e respiratório à noite.

O horto do São Caetano já está plantado e a manutenção e preservação cabe a integrantes dos diversos grupos atendidos na UBS, como hipertensos, diabéticos, beneficiários do Bolsa-Família, entre outros.
_ No encontros (que ocorrem na última quarta-feira do mês), eles recebem orientações sobre como plantar, incluindo dicas de compostagem e aproveitamento do lixo orgânico no cultivo, dicas de usos e preparo dos chás _ explica Teresinha.

Assim que as ervas estiverem viçosas, a ideia é estimular os participantes a levarem mudas para casa e montarem seus próprios relógios do corpo humano. Há planos também de divulgar os ensinamentos sobre a fitoterapia nas escolas, para crianças e adolescentes.