Foi controlado pouco antes das 11h desta quinta-feira o tumulto protagonizado pelos detentos do Presídio Estadual de Bento Gonçalves. Segundo a Brigada Militar (BM), a ação dos presos foi em represália a uma revista marcada para as 8h.
Um caminhão de bombeiros auxiliou no combate às chamas dentro de uma das celas, já vazia, e em colchões e outros objetos em chamas que foram arremessados ao pátio por entre as grades das celas. Presos também quebraram paredes de seis celas, restando três intactas.
O Pelotão de Operações Especiais (POE) de Bento Gonçalves interveio e encaminhou os detentos ao pátio da casa prisional para iniciar um procedimento de revista. Alguns presos que não participaram da confusão foram levados para uma sala na entrada da penitenciária e 15 presas foram encaminhadas para uma van da Susepe.
A partir do final do tumulto, a Susepe avalia o remanejamento de alguns detentos para presídios da região até que os estragos nas celas sejam reparados.
Para o comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º BPAT), Major José Paulo Iahnke Marinho, a ação dos detentos era esperada:
- Há anos que eu digo que o presídio de Bento é uma bomba-relógio. E quem sofre com isso é a comunidade. Corriqueiramente a Susepe e a Brigada Militar têm que tomar decisões que fogem da nossa alçada. Não dá mais.
Ainda de acordo com o major, 18 pessoas restaram levemente feridas na confusão em decorrência do fogo ou da ação de contenção da BM. Pelo menos três mulheres foram atendidas pelo Samu por apresentarem sinais de intoxicação. Outro detento ficou ferido na cabeça, possivelmente por uma bala antimotim. Ele também foi atendido pela equipe de emergência e, depois, liberado.
O presídio tem capacidade para 158 presos, mas na última atualização da Susepe, em janeiro, abrigava 273 apenados.
Sistema prisional
Tumulto é controlado no Presídio Estadual de Bento Gonçalves
Pelo menos cinco celas sofreram avarias e Susepe deverá remanejar detentos para outras cidades da região
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