
A tarde desta Sexta-feira Santa foi de devoção para cerca de 8,6 mil fiéis da Igreja Católica que participaram da Procissão do Cristo Morto, em Caxias do Sul. A caminhada começou na Catedral Diocesana, após uma celebração presidida pelo bispo Dom Alessandro Ruffinoni e acompanhada por mais 10 padres. Fiéis se revezaram para carregar a imagem de Jesus Cristo e uma réplica da Cruz Peregrina da Jornada Mundial da Juventude.
Mailine Brand da Silva, 15 anos, no entanto, fez questão de percorrer todo o trajeto ajudando a transportar a cruz. Ela, que já havia participado da encenação da Via Crucis pela manhã, demonstrou cansaço ao concluir a procissão. Mas garantiu ter valido a pena:
- Participo todos os anos e a cada vez aumenta mais a minha fé, me sinto muito mais feliz e muito mais completa.
O momento mais emocionante da caminhada foi o encontro da imagem de Cristo com a de Nossa Senhora das Dores, conduzido por outro grupo de fiéis desde a Capela do Santo Sepulcro, em Lourdes. Entre eles estava o casal Eliseu, 66, e Maria Inês Sonego, 60. Para eles, o momento foi de lembrar o significado da morte de Cristo.
- Ele morreu para perdoar os nosso pecados. Isso toca o nosso coração - afirmou Eliseu.
Na esquina da Avenida Julio de Castilhos com a Rua Do Guia Lopes, a multidão quebrou o silêncio para rezar a Ave Maria e saudar o encontro das imagens com uma salva de palmas.
Lessandra Valentini, 10 anos, acompanhou a imagem de perto em todo o trajeto. De mãos dadas com o irmão Lorenzo Leindes, seis, e sob o olhar cuidadoso da avó Lenir Pazinatto, 63, a menina não escondia a empolgação:
- Jesus morreu por nós e agora a gente se protege e se ajuda no caminho que Ele nos ensinou - contou.
O trajeto de cerca de 1,5 km foi percorrido em 40 minutos. Além de conduzir a celebração inicial, Dom Alessandro também fez frente à procissão. Ao final, afirmou que a presença de Jesus nas ruas ensina à Igreja que é preciso fazer o mesmo para entender os problemas e as dificuldades dos fiéis.
- Jesus, passando pelas ruas da nossa cidade, disse "Dê para mim a sua dor. Eu, com meu sangue e com o meu amor, quero aliviar esta dor". Então não tenhamos medo. Vamos sentir a força do amor de Deus que nos alivia, nos encoraja, nos anima - completou.