A morte do professor e atleta Tiago Pereira, 28 anos, vítima de um choque elétrico depois de concluir uma prova da modalidade de triatlo em Brasília na tarde do domingo revoltou amigos e familiares. O evento era organizado pela empresa Latin Sports.
O coordenador das empresas Raiar e Pranadar, onde Pereira trabalhava há mais de 15 anos, Jovir Demari, explica que as estruturas metálicas que causaram o choque no atleta demarcavam a chegada dos competidores. Segundo Demari, o acesso ao lugar era restrito aos competidores e servia também para abrigar equipamentos dos atletas.
Junto ao espaço estavam as caixas de som e iluminação que davam suporte à atividade.
- Acreditamos que tenha sido negligência da organização, um erro grave, mas que certamente não foi proposital. O Tiago era bastante preparado para provas deste porte e concluiu a competição com facilidade - descreve.
O choque ocorreu logo depois que Pereira encerrou a prova. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital de Base, mas morreu poucas horas depois vítima de parada cardíaca.
A prova teve seis horas de duração e exigia que os atletas percorressem 2km nadando, 90km pedalando e 21km correndo. Segundo Demari, tamanha exigência física não era novidade para Pereira. O rapaz se preparava diariamente para provas desse porte. Ele estava em Brasília desde sexta-feira com outros três atletas da cidade.
Tiago já ministrou aulas na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) e na Universidade de Caxias do Sul. Desde o início do ano letivo de 2014, era professor das sétimas e nonas séries na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Ester Benvenutti, no bairro Fátima. Conforme a orientadora educacional, Maristélia Pereira Gehleen, os alunos de Tiago e até outros estudantes da escola escreveram cartas de apoio à família para serem entregues junto com uma coroa de flores no velório.
O atleta completaria 29 anos nesta segunda-feira e estava casado há pouco mais de um mês com a fisioterapeuta Simone Jacobus.
- Era uma pessoa muito importante para o esporte na cidade. O Tiago era querido por todos, tinha uma qualidade muito importante de ser atencioso com os alunos e equipe - descreve Demari.
A família do atleta viajou para Brasília na manhã desta segunda para providenciar o translado do corpo. Ainda não há informações sobre o velório.
Tragédia
"Ele era importante para o esporte da cidade", diz amigo de atleta caxiense morto em Brasília
Tiago Pereira, 28 anos, se encostou em estrutura metálica, sofreu choque e não resistiu
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