Um ato de crueldade contra um jovem cão chocou o interior de Flores da Cunha no último domingo. Um casal de namorados que não quis se identificar passeava pela localidade de Nova Brasília, nas proximidades da Vinícola Dani, quando os mascotes que conduziam começaram a latir. Ao andar alguns metros mata a dentro, veio o choque.
Estirado no chão, encontrava-se um pequeno cachorro da raça chow-chow. Aonde deveria estar o olho esquerdo, havia um buraco. Larvas se alimentavam do olho direito e também devoravam a boca, as bochechas e se espalhavam pelo corpo do animal. A cena possuía um detalhe que a deixava ainda mais grotesca. O cão estava vivo.
Desesperado, o casal acionou a União Pela Vida Animal (Upeva), ONG que presta assistência a cães e gatos em Flores da Cunha. A voluntária Claudia Bebber Susin recolheu o chow-chow e o levou até uma clínica veterinária . Após ser examinado pela veterinária Richele Pasa, 33 anos, o cachorro precisou ser sacrificado. Não havia mais maneiras de contornar o estado crítico de saúde.
- Ele deveria estar naquele estado entre sete e 10 dias, sem comida. O que chamou a atenção é que ele não estava debilitado, até estava gordinho e com o pelo bem cuidado. Se recuperasse, ele ficaria sem os olhos. Se ele já vivesse em um lugar, poderia se defender pelo faro, mas como teria que ser doado, não seria possível. Ele deve ter entre seis e sete meses - explica a veterinária.
Indignados com o episódio, os integrantes da ONG acreditam que o animal, de cor preta, tenha sido vítima de algum ritual de magia negra.
- Como pode aparecer o animal com esse tipo de mutilação? O cachorro não estava magro, não estava desnutrido. Não dá para garantir, mas ele tinha marca de corte em um olho. Foi alguém que fez isso. O outro olho estava muito tapado de bichos, já tinham comido toda a carne, tinha só a parte branca do olho - relata a voluntária da Upeva, Neura Maria Rech Calgaro.
Depois de sacrificado, o chow-chow foi cremado e a ocorrência registrada na Polícia Civil.
