Arara apreendida em Flores da Cunha está no zoológico da UCS, em Caxias do Sul, e não poderá voltar à natureza

A arara apreendida quinta-feira pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) em Flores da Cunha, se encontra no zoológico da Universidade de Caxias do Sul. Ela não poderá mais voltar à natureza e será encaminhada pelo Ibama para um criadouro especializado.

- Por ela não ser um animal aqui da região e por estar há mais de 20 anos em contato com o homem, está adequada ao homem, praticamente domesticada. Ela está em boas condições, tem apenas a cicatriz de fratura em uma asa. Temos uma jaula adequada, junto com outras araras, e ela ficará aqui temporariamente - explica a coordenadora do zoológico, Marcia Maria de Oliveira.

De acordo com o sargento-auxiliar da Patram, Everaldo Ribeiro dos Santos, a arara foi encontrada por meio de denúncia em uma chácara no distrito de Otávio Rocha. Ela pertence a Rudimar Bortolozzo, 50 anos, mas quem responderá pelo caso é o vizinho Frank Eduardo Pescador, 35, que pedirá uma representação em cartório. Eles foram notificados a comparecer ao Fórum para prestar explicações no Juizado Especial Criminal no dia 23 de abril, acompanhados de um advogado.

- É uma arara-canindé, e essa espécie só tem na região norte ou nordeste do país, não é nativa do Rio Grande do Sul. Então, ela veio de alguma forma para cá. Teria que ter vindo de algum criadouro especializado e eles precisam de uma representação para possui-la, que podem adquirir pelo Ibama - justifica o sargento.

- Ela veio de presente, um cara me trouxe, nem me lembro direito como. Eu fiquei triste agora, minha mãe também porque era ela quem alimentava, arara era uma companheira. Eu digo que ela vai morrer, vai ficar triste onde ela está - diz Bortolozzo.

A arara habita o porão da residência de Bortolozzo há 22 anos. Ela vive solta pelo terreno onde o dono de restaurante planta uvas, figos, amoras e framboesas e mantém outras plantas. Inclusive, a arara que não possui nome, gosta de comer picolé direto das mãos do dono.

- Meu desejo é poder visitar ela pelo menos uma vez por mês para ver se é um lugar onde será bem tratada, se não vai ser vendida - resigna-se Frank Pescador.