Um dia depois da chuvarada que caiu em Caxias do Sul, a família de Roseni Rodrigues, 45 anos, fez a contagem dos bens perdidos. Máquina de lavar, geladeira e fogão a gás foram salvos, mas cama, colchão, trem de cama, brinquedos e roupas foram colocados no lixo, já que a lama vem misturada com esgoto. O sofá foi limpo, mas Roseni teme ter de colocá-lo fora por causa do mau cheiro.
Há 15 anos, Roseni enfrenta os alagamentos na rua Henrique Fracasso, no bairro Fátima. O da última sexta, porém, foi diferente. A força das águas arrastou contra os pilares de madeira da moradia entulhos de uma casa que foi demolida nos fundos do terreno. Segundo ela, a residência foi demolida pela prefeitura porque corria o risco de cair. Enquanto a própria casa balançava com as batidas do destroço, a auxiliar de produção observava o porão inundar e os móveis da filha, que mora no lugar com um bebê de 7 meses, ficarem submersos.
- A casa começou a chacoalhar. Eu estava sozinha com as crianças e fiquei em pânico. Deixei meu filho de 11 anos cuidando dos meus netos, um de 2 anos e outro de 7 meses, na parte superior e corri para buscar ajuda. Quando saí, a água batia na minha cintura - conta.
Com a ajuda dos vizinhos, as crianças foram retiradas da casa e levadas para a residência da irmã dela, no bairro De Lazzer. Um buraco na parede do banheiro teve de ser feito para escorregar a água que entrava.
- Quando a enxurrada vem, ela pega de surpresa e leva tudo. Tem um metro de terra ali para limparmos. A gente insiste em usar o porão porque não tem como pagar aluguel, mas é sempre assim - explica.
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Família de Caxias do Sul contabiliza estragos depois da chuvarada
Máquina de lavar, geladeira e fogão a gás foram salvos, mas cama, colchão, trem de cama, brinquedos e roupas foram colocados no lixo
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