Os primeiros meses de 2014 serão decisivos para um dos crimes de maior repercussão na Serra neste ano. Cinco pessoas estão denunciadas por envolvimento no latrocínio (roubo com morte) do psicólogo Samuel Eggers, 24 anos, ocorrido na madrugada do dia 13 de setembro. Eles aguardarão a decisão da Justiça, prevista pra 2014, em regime fechado, na Penitenciária Industrial de Caxias do Sul (Pics).
A segunda audiência do processo que apura a morte de Eggers foi no dia 20 de dezembro, no Fórum. Os cinco denunciados e mais duas testemunhas de acusação foram ouvidas pela Justiça. Eram as oitivas que faltavam para encerrar o período de instrução.
Como o Fórum está em recesso até o dia 6 de janeiro, o caso deve ser retomado em 2014, com as alegações finais das partes. Depois, segue para apreciação do juiz responsável pela 4ª Vara Criminal, que deliberará a sentença.
O inquérito que investigou a morte do psicólogo foi concluído pela Polícia Civil no dia 17 de outubro. Em relatório de 50 páginas, a delegada do 2º Distrito Policial, Thais Norah Sartori Postiglione, argumentou sobre o indiciamento do quinteto.
Maurício Monteiro da Silva, 18, Aldemir Patrick Hoffmann da Silva, 20, e Maicon Tavares Feijó, 25, foram indiciados por latrocínio. Andresa Chaves Canali, 28, e Walesca Chaves Canali, 18, acabaram apontadas por roubo majorado (quando há aumento na pena de roubo em razão do emprego de armas ou presença de mais pessoas).
Conforme o processo, Eggers foi morto logo após deixar duas amigas em um prédio da Rua Henrique Dias, no Rio Branco. A investigação apontou que o psicólogo, praticante de artes marciais, imobilizou Silva, que tentou assaltá-lo. Eggers foi executado a tiros quando o criminoso conseguiu se desvencilhar. A identificação dos suspeitos ocorreu no dia 25 de setembro, após os investigadores localizarem um Monza bordô que teria sido empregado no crime.
OS DENUNCIADOS
Maurício Monteiro da Silva, 18 anos
Crime: Latrocínio. Apontado nos depoimentos como o autor dos tiros que vitimaram Eggers. Conforme o processo, teria partido dele a ideia de abordar o psicólogo para roubar o celular. Juridicamente, como estava armado, assumiu o risco de matar. Em depoimento à polícia, Maurício negou participação no crime.
Maicon Tavares Feijó, 25 anos
Crime: Latrocínio. Indicado pelos companheiros como o motorista do Monza empregado na abordagem ao psicólogo e na fuga. Foi responsabilizado por saber do roubo e do risco de matar. Maicon disse à polícia que não estava com o carro na noite do assassinato.
Aldemir Patrick Hoffmann da Silva, 20 anos
Crime: Latrocínio. Identificado como passageiro do Monza que fugiu junto com Maurício e Maicon após o crime. O indiciamento ocorreu por ele ter sido comunicado do crime, assumido o risco de matar e fugido. Aldemir alegou em depoimento que permaneceu no carro porque estava com o pé quebrado. Apontou Maurício como o autor dos tiros.
Andresa Chaves Canali, 28 anos
Crime: Roubo majorado. Apesar de identificada como passageira do Monza e ter procurado ajuda da Brigada Militar ao ouvir os disparos, foi enquadrada por saber que o amigo desceria do carro para cometer um roubo. Andressa confessou em depoimento à polícia que estava no carro quando Maurício disse que pretendia assaltar alguém e desembarcou para render Eggers.
Walesca Chaves Canali, 18 anos
Crime: Roubo majorado. Indicada como passageira do carro, assim como a irmã dela, Andressa. O indiciamento da jovem ocorre pelos mesmos motivos de Andressa: por saber que ocorreria o assalto ao psicólogo. Walesca também confessou à polícia que estava no carro.
Justiça
Sentença para denunciados pela morte do psicólogo Samuel Eggers sairá somente em 2014
Cinco pessoas seguem recolhidas na Penitenciária Industrial
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