
Embora apresentem certa dificuldade com o idioma, os profissionais estrangeiros do programa Mais Médicos não medem esforços para garantir o bom atendimento. Demoram um pouco mais na consulta, dão mais atenção ao paciente, de modo que a barreira na comunicação é compensada pelo carisma e zelo dos profissionais.
É o que relatam as equipes que trabalham com os médicos e os pacientes atendidos. Cinco dos sete profissionais do programa destinados ao munícipio atuam desde o dia 18 de novembro.
- Foi bem mais atencioso, explicou com calma o que eu tinha, assim me senti bem atendida - relata Centina Rita Guedes, 63 anos, paciente do médico da República Dominicana Henry Tejada, 34, da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Mariani.
Tanto Fiolangel quanto Tejada possuem pós-graduação em atenção básica. Tejada graduou-se em Cuba, atuou dois anos no país de origem, seis na Venezuela e três meses no Haiti após o terremoto em 2010. Também é pós-graduado em tratamento intensivo. Porém, optou vir trabalhar no Brasil para se dedicar ao trabalho em UBSs.
- A atenção primária é o melhor espaço para resolver a maioria dos problemas de saúde. Estava atuando em UTIs e quis retornar ao atendimento básico em uma realidade diferente, pois é a área que eu mais acredito - revela.
Tejada conta a estrutura física e de recursos humanos é considerada boa e parecida com a da Venezuela. Já Fiolangel percebe maior dificuldade em Caxias no acesso a especialistas na saúde pública, comparado ao da República Dominicana.
- A cidade era menor e não demorava tanto para conseguir especialistas. Aqui é necessário agendar consultas por meio do clínico geral. Lá era sem agendamento, funcionava com demanda espontânea - completa.
Tanto Fiolangel como Tejada se impressionaram com a ótima acolhida da comunidade e dos colegas de trabalho. Eles estão morando provisoriamente em quartos de hotel, com os médicos estrangeiros Julio Alberto Acosta, Jonathan Radhames Trinidad Perez e Gladys Ernestina de La Cruz LLuverez, todos da República Dominicana, além do venezuelano Eudoro José Godoy Valles, e de Idania Reyes, de Honduras.
Os primeiros três atuam respectivamente na UBSs Vila Cristina, Fátima Baixo e São Vicente. Os outros dois ainda não tiveram o registro liberado pelo Ministério da Saúde.