A falta de imagens que poderiam mostrar alguém seguindo o psicólogo Samuel Eggers, 24 anos, morto a tiro à 0h15min de sexta-feira passada, dificulta a investigação. Na Rua Henrique Dias, no bairro Rio Branco, onde o rapaz foi morto, não há esse tipo de equipamento.
Na Estação Férrea, onde Samuel esteve com duas amigas naquela noite, há quatro desses aparelhos, mas a Polícia Civil não requisitou as imagens, segundo o empresário João Antônio Pezzi Bagoso, o Toyo, dono do Mississippi Delta Blues Bar, onde o grupo jantou naquela noite.
De acordo com o pai de Samuel, o também psicólogo Otelmo Eggers, 56, agentes tentaram localizar câmera na Henrique Dias, mas não tiveram sucesso. Foi nessa rua que ocupantes de um Monza bordô dispararam contra o jovem, instantes depois de as duas amigas se despedirem dele e entrarem no prédio onde uma delas reside.
A pé, os três amigos saíram do Mississipi e caminharam cerca de um quilômetro até o edifício. Do Rio Branco, Samuel seguiria caminhando até a casa dos pais, no bairro Exposição. Morador de Porto Alegre, onde era pós-graduando em Neuropsicologia na UFRGS, o jovem estava em Caxias para participar da semana acadêmica do curso de Psicologia da UCS.
Na noite de quinta, antes de jantar com as amigas, Samuel treinou kung-fu no Centro Cultural Chinês, na Avenida Júlio de Castilhos, no Centro, onde praticou a luta por quatro anos antes de se mudar para a Capital. Ex-professor do jovem, Adílson Kudzin, 45, conversou com ele naquele dia.
- Como ele estava passando a semana na cidade, veio treinar e nos ver, na terça e na quinta. Ele era um cara super respeitador, calmo, nunca se envolveu em briga ou discussão que eu saiba. Antes de ir embora, eu disse a ele, cuide-se, como eu sempre digo aos meus alunos. Ele respondeu: pode deixar. Logo depois aconteceu essa tragédia - conta Kudzin que, assim como o pai de Samuel, acredita que ele tenha sido confundido com alguém ao ser assassinado.
Responsável pela investigação, a delegada Thais Norah Sartori Postiglione disse na segunda-feira que não há novidade. O Pioneiro tentou obter mais informações sobre os rumos do trabalho policial, mas não foi possível porque ela estava em viagem.
Sexta, a Polícia Civil divulgou que a hipótese investigada é de homicídio, já que nada foi roubado da vítima.
Polícia
Falta de imagens dificulta investigação de assassinato de psicólogo em Caxias do Sul
Na Estação Férrea, de onde Samuel Eggers saiu com amigas há câmeras, mas a polícia não requisitou filmagens
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