A Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul se reúne às 19h30min desta segunda-feira para debater a inclusão do prédio do Moinho de Trigo Farinha Vigorosa, em Ana Rech, no setor de interesse patrimonial histórico, cultural e paisagístico do Plano Diretor do município.
O projeto é de autoria da vereadora Denise Pessôa (PT). Na prática, uma vez incluído nessa lista do plano, o imóvel passará a ser protegido pelo município, que deve ser informado sobre eventuais mudanças ou intervenções que o proprietário vier fazer.
O prédio do moinho, datado de 1942, foi parcialmente destruído em 7 de setembro do ano passado pela atual proprietária, a empresa Rija Empreendimentos Imobiliários Ltda, que adquiriu o imóvel da antiga Cooperativa Agropecuária Caxiense em um leilão. Desde o amanhecer do feriado da Independência em 2012, o edifício segue exposto à chuva e ao sol, incluindo o que restou dos silos e equipamentos de moagem de farinha.
Uma ação civil pública proposta pela prefeitura corre na 2ª Vara Civil de Caxias do Sul. De acordo com a procuradora do município Larissa Raymundi, é aguardada para breve a publicação no Diário Oficial de Justiça de uma intimação à Rija, que será convocada a iniciar a retirada do bens de interesse histórico do local.
A Justiça também determinou, conforme Larissa, que após a retirada das máquinas a Rija providencie a demolição da parte que está mais gravemente comprometida e realize obras de contenção no que restou do imóvel e que ainda pode ser preservado
Confira imagens da demolição:
Entenda o caso
:: No dia 7 de setembro de 2012, parte do antigo moinho foi derrubada. A ação gerou revolta entre os moradores, que começaram uma mobilização pelo Facebook. No fim da tarde daquele dia, um grupo que reunia arquiteto, estilista, fotógrafo, empresários e moradores se reuniu para estudar alternativas contra a destruição.
O prédio estava protegido por uma notificação de tombamento provisório que havia sido emitida em março de 2012. Desde aquela data, estava proibida qualquer tipo de interferência na estrutura. Esse era o primeiro passo para o tombamento definitivo.
No dia 10 de setembro de 2012, uma reunião reuniu representantes da prefeitura de Caxias e moradores de Ana Rech. O município notificou a empresa porto-alegrense proprietária do imóvel.
A Rija Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do antigo moinho, foi informada que seria multada caso efetuasse outra intervenção no prédio.