Jovens em cumprimento de medidas socioeducativas acessam a internet dentro do Case de Caxias do Sul

Sem a preocupação de serem incomodados por revistas rígidas, jovens em cumprimento de medidas no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caxias do Sul seguem o exemplo que vem dos presídios gaúchos. Eles acessam a internet via celulares e atualizam os perfis nas redes sociais ao se exibir em fotos ou debochar do frágil controle da instituição em publicações. Pior: têm a opção de contato direto e sigiloso com integrantes de bondes e comparsas em liberdade.

Um dos internos, de 18 anos, mantém a página no Facebook atualizada com recados e fotos tiradas no interior do alojamento. Uma das últimas imagens foi publicada na última quinta-feira à noite. Logo depois, o jovem avisa: "Olha come q nós tamo fikam na fé ai vagabundagem sabe o jeito logo é nós de novo".

Dias antes de ser apreendido, o interno publicou uma foto onde ele e outros dois amigos posam fortemente armados e com os rostos cobertos. Ameaças a grupos rivais pelo controle do tráfico vem na sequência: "Manda vim que nois destroi". E continua: "hoje mira atira mais amanha vai se alvo so nao deche pra para so quando tive cheio de buraco".

Os posts são curtidos e comentados por amigos, a quem o jovem não demonstra arrependimento por se envolver com a criminalidade: "Crime finalcia o seu sonho e depois cobra um alto preço mais não da nada é a nossa profisão".

Conforme o diretor do Case, Cláudio Gonçalves, a instituição padronizará as buscas por celulares e tornará as mesmas mais frequentes.

- Antes, tínhamos dificuldades em fazer as revistas uniformemente por falta de servidores. Com a chegada dos novos socioeducadores, no último mês, poderemos rever esses procedimentos. Não sei precisar o número de aparelhos apreendidos nesse ano, mas deve girar em torno de um por semana. Vamos intensificar as buscas principalmente em dias de visitas, quando entra muita coisa - promete o diretor.