Uma exposição inédita em Bento Gonçalves aproxima deficientes visuais de objetos históricos. O projeto Olhos d'Alma, inaugurado quinta-feira, permite a cegos e pessoas de baixa visão tocar relíquias deixadas pelos imigrantes italianos na Serra.
Para isso foram criadas réplicas de ferro de passar, chaleira, tábua de polenta, barril, tesoura e imagem de Nossa Senhora, entre outros. As peças foram moldadas a partir do acervo do Museu do Imigrante e estão expostas na Fundação Casa das Artes.
Como não é permitido tocar o material original, seis artistas plásticas se uniram para confeccionar as imitações em resina. A ideia da exposição tátil foi concebida pela professora de Artes Neiva Valenti Poletto.
- Pesquisamos e não vimos nada parecido no Brasil. Os cegos tentam visitar os museus mas não podem tocar em nada. Então, esse projeto facilita a acessibilidade - diz Neiva.
Para criar os objetos, Neiva e outras cinco artistas receberam orientação do escultor de Santa Cruz do Sul Alceu de Costa. O trabalho levou um ano para ser executado. Para facilitar o entendimento dos visitantes, a organização disponibilizou informações sobre o histórico de cada peça em braile.
O projeto é uma iniciativa da prefeitura de Bento Gonçalves em parceria com o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Campus Bento).
O horário de visitação é de segunda a sexta, das 8h às 11h45min e das 13h30min às 17h45min.
Inclusão
Exposição inédita permite que cegos toquem objetos históricos em Bento Gonçalves
Projeto Olhos D'Alma recriou parte do acervo do Museu do Imigrante
GZH faz parte do The Trust Project