Confira as lições de Carlos Barbosa, cidade que obteve segundo lugar no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

Dona do 2º lugar do ranking gaúcho no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), com nota 0,796, Carlos Barbosa é exemplo não somente para a Serra, mas para o Estado e o país.

O município ficou atrás apenas de Porto Alegre, com 0,805, e está à frente de Caxias do Sul (0,782), Bento Gonçalves (0,778) e Farroupilha (0,777), todas entre as 20 primeiras do Estado. Para entender: o IDHM vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano. Quanto mais próximo de um, melhor.

O IDHM de 2013 avalia três quesitos, com base nos dados do Censo Demográfico de 2010 (IBGE): vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e o padrão de vida (renda). 

Este último foi o que levou Keli Lopes, 31 anos, a sair há nove anos de Uruguaiana. Incentivada pelo irmão, ela e o marido corriam atrás das oportunidades oferecidas por uma cidade cuja indústria responde por 36,02% da economia e sede de empresas como Tramontina, Grendene e Cooperativa Santa Clara.

- Em duas semanas eu já estava empregada. Em Uruguaiana não tinha emprego, é só comércio e plantação de arroz - conta ela, uma das 19 mil profissionais que formam a população economicamente ativa (entre 18 e 65 anos) com ocupação.

Hoje, ela trabalha no Supermercado Santa Clara, como encarregada do setor dos caixas, após ter passado pelas áreas de operação, fechamento e fiscalização. Há quatro anos, ela e o marido adquiriram o primeiro carro. Há dois, a casa própria.

Educação - Entre os municípios, o índice do IDHM da educação sempre foi o mais baixo dos três elencados na pesquisa (renda e longevidade). Em 1991, era de 0,332. Em 2000, foi de 0,612. Em 2010, ganhou 0,724. 

O dado pode ser comemorado. Com a nota, a cidade sai do nível médio (de 0,600 a 0,699) e entra no alto (0,700 a 0,799). Uma exceção, aliás, entre as cidades da Serra: a maioria ainda figura na categoria nível médio, como Caxias do Sul, com 0,686, e Bento Gonçalves, com 0,695, no quesito educação.

Conforme o Censo 2010, 91,86% das crianças de Carlos Barbosa entre cinco e seis anos frequentam a escola, 77,72% dos adolescentes entre 15 e 17 anos têm ensino fundamental e 58,90% dos jovens entre 18 e 20 anos tem ensino médio completo.

Na educação infantil da rede municipal, não há fila de espera. As que existiam, 36 para o bercário (4 meses a 2 anos) foram resolvidas com a aquisição de vagas nos colégios particulares. Apesar disso, o município já faz estudos para a construção ou ampliação de escolas para os próximos anos, prevendo o aumento da demanda.

Longevidade - Em Carlos Barbosa, a expectativa de vida é de 75 anos.  Da população de 25.192 habitantes, 1,8% são mulheres e 0,58% são homens com mais de 80 anos.

O Centro de Convivência do Idoso, com cerca de 1,4 mil cadastrados, oferece atividades de alongamento, ballet, jogos de cartas, danças folclóricas, teatro, aeróbica e bailes.

A cidade tem um centro de saúde no perímetro urbano, uma unidade de saúde no distrito de Arco Verde e  três pequenas unidades no interior. Outra unidade, também  na colônia, passou por reformas e reabrirá em breve.

O centro de saúde é o maior deles: são 12 clínicos gerais, três pediatras, dois ginecologistas e um psiquiatra, além das especialidades de psicologia, serviço social, fisioterapia e nutrição. 

IDHM NA SERRA - 2010

Bento Gonçalves 0,778
Carlos Barbosa 0,796
Caxias do Sul 0,782
Farroupilha 0,777
Flores da Cunha 0,754
São Marcos 0,786
Vacaria 0,721