A desvalorização da profissão e os baixos salários são os principais motivos apontados por profissionais da educação para a defasagem de docentes em salas de aula dos colégios do Estado e que colaboram, também, na redução do interesse pela profissão ainda nas faculdades.
Levantamento divulgado pelo Pioneiro na terça-feira constatou que faltam 11 professores em 11 escolas da rede estadual de ensino de Caxias do Sul. Ao total, são 54 colégios.
Antônio José Staudt, diretor geral do núcleo do CPERS de Caxias do Sul, garante que a própria contratação emergencial é um dos obstáculos da rede estadual. Não há estabilidade ou direitos assegurados por lei.
A professora de História e Geografia Isabel Cristina Dias, 46 anos, trabalhou 10 anos na rede estadual. Porém, quando surgiu a oportunidade de ingressar na rede municipal de ensino, em 2006, não pensou duas vezes. O salário era quase o dobro do que ganhava no Estado.
Hoje, um professor graduado vinculado à rede estadual de educação tem vencimentos básicos de R$903,74. Na rede municipal de Caxias, o mesmo profissional ganha R$ 1.619,96.
As próprias faculdades vem registrando, nos últimos anos, queda na procura dos vestibulandos pelos cursos de licenciatura. Há cinco anos, a UCS contava com 3.200 alunos. Hoje, são 2 mil.
Segundo o pró-reitor acadêmico da universidade, Evaldo Kuiava, das 210 vagas ofertadas no último vestibular para os cursos de licenciatura, apenas 85 foram preenchidas.
Educação
Desvalorização da profissão e baixo salário são apontados para a falta de professores na rede estadual
Profissionais ainda defendem que contrato emergencial afasta interesse porque não há estabilidade
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